Assessores de Bolsonaro não responderão perguntas, diz advogado

Intimados a depor sobre a suposta tentativa de golpe, dois assessores do ex-presidente Jair Bolsonaro devem se recusar a responder perguntas no depoimento à Polícia Federal. Segundo a defesa, eles não poderão se pronunciar sem acesso total aos autos.

Alvos da operação da PF no dia 8, o coronel Marcelo Câmara, que está preso, e Tércio Arnaud Thomaz, foram intimados a prestar esclarecimento na próxima quinta-feira (22), às 14h30. No mesmo dia e hora, serão ouvidas 11 pessoas, incluindo Bolsonaro.

“Não exerceremos o uso do silêncio, mas seremos obrigados a deixar de responder as perguntas porque, sem que se garanta a ampla defesa, não há como prestar depoimento”, disse o advogado Eduardo Kuntz, que representa os dois assessores.

À CNN, o advogado afirmou que teve acesso apenas ao relatório da PF, mas não ao conteúdo da delação do ex-ajudante de ordens Mauro Cid, das informações extraídas de computadores e celulares, documentos e também à lista de de entradas no Palácio da Alvorada.

“Tivemos acesso apenas à cópia parcial da investigação. Vamos ao depoimento por respeito à autoridade policial, mas não tem como exigir que as pessoas se defendam sem conhecimento completo da investigação”, disse Kuntz.

Mais cedo, a defesa de Jair Bolsonaro informou ao Supremo Tribunal Federal (STF) que ele não prestará depoimento até que tenha acesso à íntegra de conteúdos obtidos a partir de celulares apreendidos na operação sobre suposta tentativa de golpe.

Segundo a defesa, “em decorrência da falta de acesso a todos os elementos de prova, o peticionário [Bolsonaro] opta, por enquanto, pelo uso do silêncio, não abdicando de prestar as devidas declarações assim que tiver conhecimento integral dos elementos”.

Este conteúdo foi originalmente publicado em Assessores de Bolsonaro não responderão perguntas, diz advogado no site CNN Brasil.

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