Jair Bolsonaro passou por mais uma cirurgia no domingo (13), em Brasília, para corrigir uma obstrução intestinal. Este foi o mais recente de uma série de procedimentos aos quais o ex-presidente foi submetido desde que sofreu um atentado a faca em 2018. A operação, considerada de grande porte, teve duração de 12 horas. A saúde de Bolsonaro não corre risco.

Desde o atentado, Bolsonaro já passou por pelo menos seis cirurgias  relacionadas ao ferimento abdominal. Ao todo, o ex-presidente foi submetido a 10 procedimentos cirúrgicos, passando desde o sistema digestivo até o respiratório.

As cirurgias de Bolsonaro: linha do tempo

• 6 de setembro de 2018: Cirurgia de emergência após ser esfaqueado em Juiz de Fora (MG), resultando na secção do intestino e colostomia.
• 12 de setembro de 2018: Cirurgia para retirada de aderências e correção de fístula no intestino delgado.
• 28 de janeiro de 2019: Retirada da bolsa de colostomia e reconstrução do trânsito intestinal.
• 8 de setembro de 2019: Correção de hérnia incisional no abdômen.
• 30 de janeiro de 2020: Vasectomia (não divulgado oficialmente pelo Planalto na época).
• 25 de setembro de 2020: Retirada de cálculo na bexiga.
• 12 de setembro de 2023: Cirurgia no estômago para tratar refluxo.
• 12 de setembro de 2023: Correção de desvio de septo e cornetos para melhorar a respiração.
• 12 de setembro de 2023: Procedimento para melhorar a apneia do sono.
• 13 de abril de 2025: Cirurgia para reconstruir a parede abdominal.

Relembre abaixo, em detalhes, todos os episódios envolvendo a saúde de Bolsonaro, desde a facada.

Atentado durante a campanha em 2018

Em 6 de setembro de 2018, durante um ato de campanha em Juiz de Fora (MG), o então candidato à Presidência da República, Jair Bolsonaro, sofreu um atentado a faca que chocou o país. O agressor, Adélio Bispo de Oliveira, desferiu um golpe que atingiu o abdômen de Bolsonaro, causando graves lesões internas.

O ataque ocorreu em meio a uma multidão de apoiadores, enquanto Bolsonaro era carregado nos ombros. A facada atingiu o intestino delgado e grosso do ex-presidente, exigindo cirurgias de emergência e um longo período de recuperação. O episódio teve um impacto significativo na campanha eleitoral, gerando comoção nacional e intensificando o debate sobre segurança e polarização política.

Adélio Bispo foi preso em flagrante e, posteriormente, considerado inimputável devido a transtornos mentais. Ele foi internado em um presídio federal de segurança máxima, onde permanece sob custódia.

Bolsonaro passa por cirurgia após complicação de facada

Em 12 de setembro de 2018, o então candidato à Presidência, Jair Bolsonaro, teve o intestino delgado obstruído durante o processo de cicatrização por conta do ataque a faca sofrido no ato de campanha.

A aderência acontece quando dois tecidos do organismo se juntam numa espécie de cicatriz. Caso dificulte ou obstrua a passagem de alimentos ou líquidos pelo intestino, é considerada uma emergência médica.

Após o procedimento de desobstrução, que durou pouco mais de uma hora, Bolsonaro foi reencaminhado para a UTI (Unidade de Terapia Intensiva) do hospital Albert Einstein, em São Paulo, e passou bem.

Saúde de Bolsonaro: retirada da bolsa de colostomia e religamento do intestino

Em 28 de janeiro de 2019, o então presidente da República, Jair Bolsonaro, foi operado no Hospital Albert Einstein. A cirurgia foi necessária para retirar a bolsa de colostomia e religar o trânsito intestinal de Bolsonaro.

A cirurgia começou por volta de 6h30, segundo informou a assessoria de imprensa da Presidência. Por volta das 15h30 do mesmo dia, a mesma assessoria disse que o procedimento tinha sido realizado “com êxito”.

Durante cinco meses Bolsonaro ficou com a bolsa de colostomia junto ao corpo devido à facada que recebeu. A bolsa serve para encaminhar as fezes e os gases do intestino grosso para fora do corpo, na região abdominal. Esta foi a terceira cirurgia à qual Bolsonaro foi submetido desde o ataque.

Saúde de Bolsonaro: cirurgia para correção de hérnia

Em 8 de setembro de 2019, a saúde de Bolsonaro voltou a preocupar. Ele foi operado no Hospital Vila Nova Star para corrigir uma hérnia (saliência de tecido) surgida no local das cirurgias anteriores.

Esta foi a quarta cirurgia à qual Bolsonaro se submeteu desde a facada sofrida por ele. À época, os médicos informaram que a cirurgia foi bem-sucedida e foi implantada uma tela de polipropileno para correção da hérnia.

A previsão inicial dos médicos era de três horas de cirurgia. No entanto, a cirurgia demorou mais que o previsto porque havia uma grande quantidade de aderência na alça intestinal que atravessou a hérnia. Após a operação, a saúde de Bolsonaro foi classificada como estável.

Bolsonaro faz vasectomia em hospital militar

Em 31 de janeiro de 2020, o então presidente Jair Bolsonaro, com 64 anos de idade na época, se submeteu a uma vasectomia, procedimento médico de esterilização para homens que não desejam engravidar a parceira no futuro.

Ao contrário de outras vezes em que passou por procedimentos médicos, o Planalto não emitiu nota oficial.

Essa teria sido a segunda vasectomia feita por ele. Durante a campanha presidencial, em 2018, Bolsonaro postou um vídeo no qual aparecia ao lado da filha, Laura, e relatou, em tom de emoção, que havia desfeito uma vasectomia para que a mulher, Michelle Bolsonaro, pudesse engravidar.

Saúde de Bolsonaro: retirada de cálculo da bexiga

Em 25 de setembro de 2020, Jair Bolsonaro foi submetido a uma cirurgia para a retirada de pedra na bexiga, no Hospital Albert Einstein. A cirurgia durou cerca de 1 hora de 30 minutos, e o cálculo foi totalmente removido.

Considerada de baixo risco, a cirurgia precisou de anestesia geral e foi realizada pelo médico urologista Leonardo Borges. Um cardiologista acompanhou o procedimento. 

Em conversa com apoiadores na entrada do Palácio da Alvorada no início do mesmo mês, Bolsonaro disse que tinha o cálculo havia mais de cinco anos. Segundo ele, a pedra estava na bexiga e é maior do que um grão de feijão, entre 2,5 e 3 cm.

Médicos urologistas explicam que a pedra na bexiga costuma vir do rim, mas também pode se formar na própria bexiga e pode provocar dores para urinar e, em alguns casos, sangramento.

Alças intestinais, hérnia e desvio de septo: Bolsonaro passa por novas cirurgias

Em 12 de setembro de 2023, Bolsonaro passou por procedimentos para corrigir uma hérnia de hiato (cirurgia na porção superior do estômago, para enfrentar um quadro de refluxo) e a outra, de desvio de septo, para melhorar a condição respiratória.

De acordo com boletim médico divulgado na época pelo Hospital Vila Nova Star, as cirurgias “transcorreram de forma satisfatória, sem intercorrências” e a saúde de Bolsonaro estava estável.

Os médicos informaram que Bolsonaro tem uma suboclusão intestinal provocada pela facada durante a campanha eleitoral de 2018 e, por isso, precisa passar frequentemente por exames e procedimentos relacionados ao estômago e intestino.

Saúde de Bolsonaro: cirurgia de desobstrução no intestino

No dia 13 de abril, Bolsonaro passou por uma cirurgia de cerca de 12 horas neste domingo (13) e segue internado na unidade de terapia intensiva (UTI) do Hospital DF Star, em Brasília, sem previsão de alta.

A saúde de Bolsonaro estava dando sinais desde a sexta-feira (11), quando ele sentiu fortes dores abdominais durante uma visita ao interior do estado do Rio Grande do Norte.

Segundo o médico, foram necessárias 2 horas para acessar a cavidade abdominal, mais 4 ou 5 horas para liberação de aderências. Numa segunda etapa, a equipe iniciou a reconstrução da parede abdominal.

Conforme o deputado tenente-coronel Zucco (PL-RS), o ex-presidente estava há três dias com obstrução intestinal. Diante do ocorrido, a agenda do político foi pausada.

A saúde de Bolsonaro e o futuro político

A saúde de Bolsonaro tem enfrentado uma série de complicações, que vêm alimentando especulações sobre a  capacidade do ex-presidente continuar ativo na política brasileira.

Neste mês, Bolsonaro deve continuar hospitalizado por quase duas semanas, o que levanta dúvidas sobre sua disposição e saúde para participar diretamente das próximas eleições.

Apesar disso, o ex-presidente segue ativo nas redes sociais e tem mantido encontros estratégicos com membros do partido, o PL. A possível candidatura de Bolsonaro em 2026, embora ainda não confirmada oficialmente, continua sendo um dos principais pontos de discussão no cenário da direita brasileira.

Vale lembrar que em junho de 2023, o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) formou maioria para tornar o ex-presidente Jair Bolsonaro inelegível por oito anos, por abuso de poder político e uso indevido dos meios de comunicação.

No entanto, a oposição no Congresso Nacional se articula para mudar a Lei da Ficha Limpa e reduzir o tempo que os políticos devem ficar fora das urnas.

Enquanto isso, o Brasil observa. A recuperação da saúde de Bolsonaro e os próximos passos serão fundamentais para moldar o xadrez político de 2026,