Os médicos afirmam que foi bem-sucedida a operação no crânio à qual o presidente Lula foi submetido às pressas na madrugada de terça-feira (10) e que ele não sofrerá sequelas. Desejamos que o presidente se recupere bem e prontamente.
É óbvio, legítimo e esperado, porém, que o ocorrido alimente ainda mais a discussão que já antecedia a operação desta madrugada, em parte provocada pelo próprio Lula.
Aos 79 anos, ele teria não só a saúde, mas, sobretudo, a disposição mental para enfrentar uma difícil campanha eleitoral em 2026? Uma campanha que, em caso de vitória, o levaria a assumir a Presidência aos 81 anos?
Lula é maior do que a esquerda brasileira, que não apresenta nenhum nome capaz de rivalizar com sua popularidade e projeção eleitoral.
Paradoxalmente, essa enorme sombra é o que tem impedido uma discussão pública — dentro do PT, por exemplo — sobre sua sucessão. Qualquer um sabe que uma eleição com Lula na cédula é uma coisa; sem ele, é outra.
O mesmo ocorre do outro lado, com o ex-presidente Jair Bolsonaro. Seu nome, hoje, está fora da disputa de 2026, e há grande probabilidade de que assim permaneça, como consequência de uma série de processos e julgamentos. Isso obriga todos os operadores políticos a contemplarem uma paisagem política aberta, pedindo para ser explorada.
Não se pode subestimar a força eleitoral de Lula e Bolsonaro. Assim como não se pode ignorar o quanto o cenário político e eleitoral pode mudar caso o confronto direto entre os dois não aconteça.
Este conteúdo foi originalmente publicado em Waack: Cirurgia de Lula impõe discussão sobre 2026 no site CNN Brasil.