Jair Bolsonaro (PL) e Tarcísio de Freitas (Republicanos) durante formatura de oficiais da Polícia Militar, em São Paulo
Aliados dos dois temem que eventual liberação do ex-presidente prejudique possível crescimento eleitoral do governador
Declarado inelegível pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral), Jair Bolsonaro (PL) tem enfatizado a aliados que mesmo que consiga reverter a decisão, não buscará novamente a Presidência e tentará vaga no Senado.
Um dos temores debatidos pelo grupo de aliados do ex-presidente e de Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP) é o de que a Justiça devolva a elegibilidade a Bolsonaro em meio a um processo de crescimento eleitoral do governador de São Paulo para 2026, que então poderia ser interrompido.
Nesse cenário, a depender do timing, Tarcísio poderia abrir mão de uma candidatura presidencial possivelmente promissora para um Bolsonaro enfraquecido após período de inelegibilidade, que então talvez perdesse para Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ou outro candidato do governo federal.
O grupo bolsonarista calcula que, com a sinalização de Bolsonaro de que não tem intenção de tentar reassumir a Presidência, os eleitores começarão a dar progressivamente mais atenção ao ex-ministro. A despeito do desentendimento público em relação à Reforma Tributária, Bolsonaro e Tarcísio têm declarado que consideram que o episódio está superado.
Como revelou o Painel, Bolsonaro traça o plano de ser líder de um grupo no Senado composto pelo seu círculo mais próximo de aliados. Os filhos Eduardo (SP) e Flávio (RJ) e a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro (DF), todos do PL, fariam parte do núcleo, assim como senadores que já estão lá, como Damares Alves (Republicanos-DF), Jorge Seif (PL-SC) e Marcos Pontes (PL-SP).