Bolsonaro nega existência de “Abin Paralela”

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) disse nesta 5ª feira (1º.fev.2024) que “quando a esquerda acusa alguém de alguma coisa é porque está fazendo essa coisa” se referindo ao caso da “Abin paralela”. Ele disse que o governo de Dilma Rousseff (PT) teria usado a Abin (Agência Brasileira de Inteligência) para suspender o Paraguai do Mercosul em 2012.

Bolsonaro disse que um funcionário de confiança do então presidente uruguaio, Pepe Mujica, teria tido uma reunião “secreta” com a ex-presidente Dilma. No encontro, teriam sido mostrados materiais reunidos pelas inteligências brasileiras e cubanas em prol da votação favorável à saída do Paraguai do Mercosul. As afirmações foram feitas em entrevista ao programa “Oeste Sem Filtro”.

Os dados, segundo Bolsonaro, coagiram Mujica a votar pela suspensão do Paraguai e beneficiaram a entrada da Venezuela no bloco. As informações relatadas pelo ex-presidente teriam sido retiradas do livro “Uma ovelha negra no poder: Confissões e intimidades de Pepe Mujica”, escrito pelos jornalistas Andrés Danza e Ernesto Tulbovitz.

Ao ser questionado sobre as acusações de um suposto monitoramento ilegal, feitas pelo ex-ministro de seu governo, Gustavo Bebianno, Bolsonaro negou a existência de uma “Abin paralela” sob o comando de seu filho, o vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ). Disse que ele “não tinha simpatias” pelo ex-ministro e que sua saída se deu depois de a cúpula do governo ser informada que ele repassava informações para a imprensa.

Entenda o caso

A PF (Polícia Federal) apura suposta espionagem ilegal feita pela Abin durante a gestão de Alexandre Ramagem (PL-RJ), hoje deputado federal, como diretor do órgão no governo de Jair Bolsonaro.

O órgão de inteligência teria utilizado o software First Mile para monitorar os celulares de jornalistas, autoridades e servidores durante meses. As informações seriam encaminhadas a pessoas ligadas ao então presidente, como seu filho, o vereador carioca Carlos Bolsonaro.

Segundo as investigações da PF, o monitoramento ilícito servia para fornecer informações que beneficiassem os filhos de Bolsonaro. Relatórios teriam sido enviados para as defesas de Flávio e Jair Renan Bolsonaro, ambos com inquéritos na Justiça.

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