Bolsonaro é “fugitivo confesso”, diz Padilha

O ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, afirmou na tarde desta 2ª feira (25.mar.2024) que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) é um “fugitivo confesso”. A fala de Padilha se dá depois de o jornal norte-americano The New York Times divulgar imagens do ex-chefe do Executivo na Embaixada da Hungria em Brasília.

“Que o Bolsonaro é um fugitivo confesso é zero surpresa. Mais uma vez, ele mostrou os seus planos de fugir”, declarou o ministro a jornalistas na sede do Senado Federal, depois de participar de evento que marca os 200 anos da Casa Alta.

Padilha relembrou falas de Bolsonaro sobre ter contato com “chefes de Estado da extrema-direita” e afirmou que “várias vezes” o ex-chefe do Executivo teria dito que havia a “possibilidade” de fugir.

O ministro disse que o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) dará “absoluta autonomia institucional” para o Judiciário e para a PF (Polícia Federal) decidirem o que será feito a partir das imagens, que mostram que Bolsonaro passou duas noites na embaixada. A estada se deu dias depois de ele ter sido alvo de uma operação da corporação, em fevereiro de 2024, e ter tido o seu passaporte retirado.

“O que as imagens mostram é, mais uma vez, uma confissão de fuga do ex-presidente. Parece que ele só consegue enfrentar o cercadinho dele”, acrescentou. Padilha disse também que a ida de Bolsonaro aos Estados Unidos no final de 2022, depois das eleições, teria sido uma tentativa de fugir do país.

Ao ser questionado sobre o que a eventual prisão de Bolsonaro poderia representar em um contexto político, o ministro disse que significava o retorno da “normalidade” do funcionamento das instituições. Segundo ele, o governo não vai “passar pano” para aqueles que financiaram, planejaram e executaram atos considerados por ele como criminosos.

BOLSONARO NA EMBAIXADA DA HUNGRIA

O New York Times teve acesso às imagens de 4 câmeras de segurança da embaixada húngara. Mostram que Bolsonaro chegou ao local, a cerca de 5 km da Praça dos Três Poderes, às 21h37 de 12 de fevereiro, no meio do Carnaval. Foi embora às 16h15 do dia 14.

O jornal sugere que a ida de Bolsonaro à embaixada da Hungria “sugere” que o ex-presidente estaria buscando refúgio caso fosse decretada a sua prisão. Um mandado não poderia ser cumprido pelo fato de a representação diplomática húngara ser território estrangeiro. O primeiro-ministro da Hungria, Viktor Orbán, é aliado de Bolsonaro.

Assista ao vídeo que mostra Bolsonaro na embaixada húngara (59s):

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