A 1ª Turma do STF (Supremo Tribunal Federal) concluiu nesta 3ª feira (10.jun.2025) os interrogatórios de 8 réus investigados por tentativa de golpe de Estado, dentre eles, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Os depoimentos começaram na 2ª feira (9.jun).
Segundo a PGR (Procuradoria Geral da República), esse grupo teria atuado para impedir a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), eleito em 2022.
O Poder360 transmitiu ao vivo todos os depoimentos ao ministro Alexandre de Moraes. Os vídeos estão disponíveis em uma playlist no canal do YouTube.
Assista aos depoimentos completos de cada um dos réus:
- Jair Bolsonaro (PL) (2h9min26s) – ex-presidente da República:
- Alexandre Ramagem (PL-RJ) (1h30min24s) – deputado federal e ex-diretor-geral da Abin (Agência Brasileira de Inteligência):
- Almir Garnier (1h16min31s) – ex-comandante da Marinha:
- Anderson Torres (1h10min34s) – ex-ministro da Justiça e ex-secretário de Segurança Pública do DF:
- Augusto Heleno (1h50s) – ex-ministro do GSI (Gabinete de Segurança Institucional):
- Mauro Cid (3h50min39s) – ex-ajudante de ordens de Bolsonaro:
- Paulo Sérgio Nogueira (1h4min8s) – ex-ministro da Defesa:
- Walter Braga Netto (58min4s) – ex-ministro da Casa Civil e candidato a vice-presidente em 2022:
MAURO CID
O 1º a ser ouvido foi Mauro Cid, na 2ª feira (9.jun) que fechou um acordo de colaboração com o STF. Os demais réus foram interrogados na sequência, em ordem alfabética. A ordem foi estabelecida assim para que todos tenham conhecimento do que o delator falou e, assim, pudessem exercer o amplo direito de defesa.
Em seu depoimento, Cid disse que Bolsonaro recebeu, leu e pediu alterações na chamada “minuta do golpe” –um texto de um possível decreto para implantar estado de sítio ou de defesa, que teria de ser aprovado pelo Congresso.
Segundo o ex-ajudante de ordens, Bolsonaro pediu, entre outras mudanças, a remoção de um trecho que determinava a prisão de autoridades. O principal alvo da medida seria o ministro do STF Alexandre de Moraes, que presidia o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) na época do pleito.
Assista (6min18s):
Assista a outros destaques:
- Cid nega ter sido coagido durante depoimentos à PF (5min45s):
- Moraes brinca com Mauro Cid sobre críticas: “Pode falar, estou acostumado” (1min42s):
- Ex-comandante da Marinha era “radical” e defendia golpe, diz Cid (5min43s):
- Cid diz que omitiu dinheiro de Braga Netto por choque na prisão (5min1s):
ALEXANDRE RAMAGEM
O 2º a depor foi Alexandre Ramagem. Afirmou que os arquivos encontrados em seus dispositivos, com críticas ao sistema eletrônico de votação, não representavam planos de ataque às urnas. Ele descreveu as anotações como “privadas”.
ALMIR GARNIER
Os depoimentos de 3ª feira (10.jun), começaram com o depoimento do almirante Almir Garnier Santos, ex-comandante da Marinha. Ele negou ao STF ter colocado as tropas da Força à disposição de Bolsonaro para um golpe de Estado em 2022. Disse que se “ateve ao seu papel institucional” e que não era “assessor” do ex-presidente.
ANDERSON TORRES
Em seguida, depôs o ex-secretário de Segurança do Distrito Federal e ex-ministro da Justiça, Anderson Torres. Disse que o documento encontrado pela PF (Polícia Federal) em sua casa não era a “minuta do golpe”. Declarou que nunca discutiu o conteúdo do texto ou uma possível ruptura institucional com ninguém, incluindo Bolsonaro.
AUGUSTO HELENO
Já o ex-ministro do GSI (Gabinete de Segurança Institucional) general Augusto Heleno negou nesta 3ª feira (10.jun) que tenha pedido para infiltrar agentes da Abin em campanhas eleitorais de 2022. O general afirmou que solicitou o monitoramento de candidatos pela agência, mas com o objetivo de impedir que ações violentas contra candidatos, como a facada de Bolsonaro em 2018, se repetissem.
Assista (5min57s):
Assista a outros destaques:
- Defesa de general pede sessão às 10h, e Moraes responde: “9h02” (1min35s):
- Hoje tomei brunch reforçado, diz advogado de Heleno a Moraes (1min22s):
- Moraes faz piada com fome de advogado ao abrir sessão no STF (32s):
JAIR BOLSONARO
Os depoimentos foram retomados às 14h30 com Jair Bolsonaro. O ex-presidente que se reuniu com os comandantes das Forças Armadas –Freire Gomes (Exército), Baptista Júnior (Aeronáutica) e Almir Garnier (Marinha)– para falar sobre um decreto de GLO (Garantia da Lei e da Ordem), mas que não discutiu um plano para dar um golpe de Estado, e sim, “possibilidades dentro da Constituição”.
Assista (2min25s):
Ele também pediu desculpas a Moraes por ter declarado que ministros ganhariam dinheiro nas eleições de 2022 sem indícios durante uma reunião ministerial em julho de 2021. Na ocasião, Bolsonaro fez críticas às urnas e defendeu o voto impresso. Disse que o discurso fazia parte da sua “retórica”, mas que, se não houvesse “dúvidas” sobre o sistema eleitoral, “não estaríamos aqui hoje”. Moraes rebateu a afirmação e disse que “não há nenhuma dúvida”.
Assista (1min41s):
Assista a outros destaques:
- “Gostaria de convidá-lo para ser meu vice”, diz Bolsonaro a Moraes (1min3s):
- Arrecadei mais do que o Criança Esperança, diz Bolsonaro sobre Pix (1min23s):
- Tem algo pessoal entre nós 2, diz Bolsonaro sobre Barroso (3min26s):
- Bolsonaro diz que não passou faixa a Lula por medo de vaias (45s):
- Bolsonaro nega que Marinha tenha colocado tropas à disposição para golpe (1min14s):
- Bolsonaro cita Dino e Lupi para defender críticas às urnas (2min54s):
PAULO SÉRGIO NOGUEIRA
Depois de Bolsonaro, foi ouvido o ex-ministro da Defesa general Paulo Sérgio Nogueira. Ele pediu desculpas a Moraes e negou ter discutido a chamada “minuta do golpe”. Disse que não foi pressionado por Bolsonaro para que incluísse no relatório das Forças Armadas sobre o sistema eleitoral a alegação de que seria possível fraudar as urnas eletrônicas.
BRAGA NETTO
Os depoimentos do núcleo central investigado por tentativa de golpe foram concluídos nesta 3ª feira (10.jun) com o interrogatório do general Walter Braga Netto, ex-ministro da Casa Civil. Ele negou ter entregue uma sacola de vinho com dinheiro a Mauro Cid. O ex-ajudante de ordens afirmou à Polícia Federal que recebeu o valor para financiar ações em apoio à tentativa de golpe de Estado.
Assista a outros destaques:
- Sei que você está preso, eu que decretei, diz Moraes a Braga Netto (37s):