O ministro Carlos Fávaro (Agricultura) disse na 3ª feira (27.fev.2024) que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) retomará o trabalho junto a empresários de diferentes setores do agronegócio. A ideia é que os segmentos possam acessar diretamente o chefe do Executivo para conversar e apresentar demandas.
“No final do ano passado, nós começamos a trazer, aqui no Palácio [do Planalto], para conversar com ele, reivindicar, trocar ideias. Ele já pediu para retomar isso, já tem 3 setores da economia do agro que querem visitas com o presidente”, declarou o ministro em entrevista a jornalistas depois de reunião com Lula.
“Ele [Lula] quer que marque lá na Granja do Torto [residência oficial da Presidência da República], para que, ao final da reunião de trabalho, possa ter um churrasquinho, ele se aproximar [dos empresários]”, acrescentou.
Entre os setores que já pediram audiência com o presidente estão o de fruticultura, que passa por uma boa fase econômica, o de café e o de algodão.
No final do ano passado, Lula e Fávaro já haviam recebido, no Planalto, empresários e associações do setor de proteína animal. Além disso, na visita de Estado que fez à China, em março de 2023, o presidente levou cerca de 100 empresários brasileiros do agro ao país asiático, que é o maior parceiro comercial e principal importador de produtos agrícolas brasileiros.
O titular da Agricultura afirmou que Lula tem boa relação com empresários do agronegócio e que os resultados do governo no setor falam por si.
“Inseriram na cabeça dos produtores que o presidente Lula era incerteza, que poderia taxar exportações, trazer insegurança jurídica no campo. Esqueceram quem foi Lula governando nos governos 1 e 2. O fato é que já vem 1 ano de governo, o maior Plano Safra da história, abertura de mercados batendo recorde de todos os tempos, [foram] 78 novos mercados abertos em 2023 e, agora, fevereiro nem terminou e o 1º bimestre deste ano é recorde de abertura do mercado [para o agro]”, afirmou.
Em postagem nas redes sociais feita na 3ª feira (27.fev), Lula falou sobre os pontos discutidos na reunião. “Falamos de parcerias estratégicas do setor com o continente africano como resultado da visita aos países da União Africana, de ações futuras para aquecer setores da agropecuária, além de lançamentos do novo PAC [Programa de Aceleração do Crescimento] para o agro. O trabalho do governo federal continua”, escreveu.
Fávaro foi perguntado sobre o apoio de setores do agronegócio ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que, em 25 de fevereiro, reuniu apoiadores em manifestação em São Paulo, que ocorrem em meio aos avanços de investigações da Polícia Federal que investigam se o ex-presidente tentou dar um golpe de Estado no país. .
“Não vi adesão nenhuma [do agro], acho que está todo mundo trabalhando, colhendo. Período de colheita aí, tava todo mundo na roça, na lavoura, não tava preocupado com esse tipo de manifestação, não”, disse.
PAC do agro
Lula também deve organizar uma agenda de lançamentos de obras e projetos voltados para o agronegócio em Estados como Goiás, Tocantins, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Rio Grande do Sul, nos próximos meses.
O governo chamou esses investimentos de PAC do agro, em referência ao Programa de Aceleração do Crescimento. Entre as iniciativas está a criação de uma rede nacional de meteorologia, em função das mudanças climáticas, por meio da modernização de estações, com a troca de equipamentos analógicos por digitais e uso de inteligência artificial.
Mercado africano
O ministro da Agricultura anunciou a realização de uma missão comercial na África, que deve ser realizada em abril. A medida é um desdobramento da última visita de Lula ao continente, em fevereiro. Ele citou o caso da Nigéria, com que o Brasil já chegou a ter um fluxo comercial de mais de US$ 10 bilhões, há cerca de uma década, e atualmente está em US$ 1,7 bilhão.
Ajuda ao setor
Outro tema citado pelo ministro aos jornalistas é a elaboração de um plano para ajudar setores do agro a evitar problemas na safra deste ano, em função de intempéries climáticas, aumento dos custos de produção e alto estoque no mercado internacional.
Segundo Fávaro, a equipe do Ministério da Fazenda está desenvolvendo uma proposta, que deve contemplar produtores de soja, milho, pecuária bovina e pecuária leiteira, que têm sido os mais afetados.
Prorrogação de empréstimos e aberturas de linhas de crédito para capital de giro, com carência de 2 anos, estão entre as medidas em estudo pelo governo para aliviar os setores mais prejudicados. “Então, ninguém precisa ter a incerteza de cair na inadimplência, de ter seu nome negativado, ter que procurar medidas mais drásticas como recuperação judicial. É preventivo”, afirmou.
Com informações da Agência Brasil.