

Cid diz preferir Lula a Michelle – Foto: Lula Marques e Marcelo Camargo/Agência Brasil
O tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL), afirmou em conversas privadas que prefere o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) à ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro como candidata ao Planalto em 2026.
As declarações aparecem em mensagens encontradas no celular de Cid, acessado pelo UOL. O aparelho reúne mais de 20 mil arquivos e 158 mil mensagens trocadas no WhatsApp. Parte desse material já se tornou pública após investigações da Polícia Federal, mas grande parte ainda estava sob sigilo.
Apesar da relação de confiança com Bolsonaro, Cid mantinha um relacionamento conturbado com Michelle. As conversas mostram trocas de críticas e ironias envolvendo a ex-primeira-dama.
Em 28 de dezembro de 2022, dois dias antes de Bolsonaro deixar o Brasil, Michelle acusou Cid, por mensagem, de vazar informações contra ela para a imprensa. “Agiu rápido, né”, escreveu ela. Cid não respondeu.

Cid diz preferir Lula a Michelle – Foto: Lula Marques/Agência Brasil
A tensão entre os dois também aparece em conversas com o coronel Marcelo Câmara, que acompanhava Bolsonaro nos Estados Unidos. No dia 11 de janeiro de 2023, já nos EUA, Câmara contou a Cid que precisou sair com Michelle, a quem chamou de sua “amiga”, em tom de ironia.
Cid diz preferir Lula a Michelle
As críticas mais duras de Cid sobre Michelle foram direcionadas ao ex-secretário de Comunicação de Bolsonaro, Fabio Wajngarten. Os dois conversavam com frequência sobre os problemas enfrentados por Bolsonaro, incluindo o caso das joias e o cenário político no país.
No dia 27 de janeiro de 2023, Wajngarten enviou a Cid uma notícia de que o PL cogitava lançar Michelle como candidata à Presidência caso Bolsonaro ficasse inelegível — o que acabou ocorrendo em junho de 2023. Na resposta, Cid diz preferir Lula a Michelle Bolsonaro: “Prefiro o Lula.”

Jair Bolsonaro e seu ex-ajudante de ordens, Mauro Cid – Foto: Alan Santos/PR/Divulgação
Procurado pelo UOL, Wajngarten afirmou que as conversas apenas analisavam notícias da imprensa e que, na época, “jamais se imaginou a ex-primeira-dama como candidata”. A defesa de Cid preferiu não comentar, alegando que ainda não teve acesso às mensagens. A assessoria de Michelle Bolsonaro não respondeu aos pedidos de comentário.
*Com informações de UOL.