O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), criticou o governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) por ser “movido pela pauta eleitoral”. A declaração foi durante evento na empresa Galápagos Capital, na capital paulista, na 6ª feira (28.mar.2025).
Tarcísio disse que a “energia está dispersa” e que o governo promove uma “antecipação da campanha” para as eleições de 2026. Fez críticas, ainda, ao julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que se tornou réu por tentativa de golpe de Estado em 2022, afirmando que outros temas mais importantes serão escanteados.
“Só vai se discutir isso durante meses. Estamos deixando de discutir envelhecimento da população, reforma administrativa, reforma do sistema político, economia do conhecimento. O bonde da inteligência artificial vai passar e a gente vai pagar caro para usar depois”, disse.
O governador de São Paulo elogiou a gestão do presidente argentino, Javier Milei (La Libertad Avanza, direita), e afirmou que será necessário adotar “medidas impopulares para colocar o Brasil no rumo certo”. Segundo Tarcísio, “Milei fez isso com muita propriedade”.
“O Brasil precisa de uma pacificação. Estamos presos em uma agenda que vai nos levar a lugar nenhum. E qual o problema disso? Estamos perdendo uma oportunidade”, declarou.
Tarcísio é cotado como um dos nomes da direita para disputar as eleições presidenciais de 2026. O vice-governador de São Paulo, Felício Ramuth (PSD), disse que a candidatura do governador para o pleito “se consolida cada dia mais”, em entrevista publicada pelo Estadão na 6ª feira (28.mar).
“O cenário político acaba nos empurrando para caminhos que nem esperávamos ou para os quais não estávamos nos preparando. Isso pode acontecer”, afirmou Ramuth.
Segundo o vice-governador, apesar das negativas de Tarcísio em concorrer ao pleito nacional e da insistência do ex-presidente em se manter como possível candidato em 2026, a conjuntura política pode favorecer a candidatura do atual governador. “Muitas vezes [a política] não segue nossos desejos”, declarou.
Sempre que questionado sobre um possível substituto para disputar o pleito nacional de 2026, Bolsonaro tem reforçado que ele será o candidato possível, apesar de estar inelegível até 2030 por decisão do TSE (Tribunal Superior Eleitoral).
Durante um evento em São Paulo, em 11 de março, o ex-presidente vetou mais uma vez a candidatura de Tarcísio de Freitas para a Presidência. Bolsonaro diz que o aliado tentará a reeleição no cargo estadual, informação também confirmada pelo próprio republicano.