Familiares de mortos pela ditadura vão ao julgamento de Bolsonaro

Familiares de pessoas mortas pela ditadura militar estavam presentes na análise do STF (Supremo Tribunal Federal) desta 3ª feira (25.mar.2025) sobre a denúncia da PGR (Procuradoria Geral da República) contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e outras 7 pessoas sobre tentativa de golpe de Estado em 2022. 

Ivo Herzog e Lucas Herzog, filho e neto do jornalista morto pela ditadura Vladimir Herzog, e Hildegard Angel, filha do estilista Zuzu Angel morta pelos militares, sentaram na 1ª fila do julgamento. 

 

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Antonio Augusto/STF – 25.mar.2025

Lucas Herzog ao lado de Ivo Herzog

O ex-ministro dos Direitos Humanos Paulo Vannuchi também estava presente no julgamento, também na 1ª fila. Ele foi preso pela ditadura e teve seu primo Alexandre Vannuchi Leme morto pelo Doi-Codi/SP em 1973. 

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Gustavo Moreno/STF – 25.mar.2025

Paulo Vannuchi (à esq.) ao lado de Hildegard Angel

Entre os acusados, apenas o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) assistiu ao julgamento presencialmente, na 1ª fila. Deputados aliados de Bolsonaro também assistiram a sessão. 

JULGAMENTO

A 1ª Turma do Supremo aprecia de 3ª feira (25.mar) até 4ª feira (26.mar) a denúncia contra Bolsonaro e 7 aliados. Os ministros decidem se há elementos fortes o suficiente para iniciar uma ação penal. Caso aceitem a denúncia, os acusados se tornam réus.

O julgamento se refere só ao 1º dos 4 grupos de denunciados. Trata-se do núcleo central da organização criminosa, do qual, segundo as investigações, partiam as principais decisões e ações de impacto social. Estão neste grupo:

  • Jair Bolsonaro (PL), ex-presidente da República;
  • Alexandre Ramagem (PL-RJ), ex-diretor-geral da Abin (Agência Brasileira de Inteligência) e deputado federal;
  • Almir Garnier, ex-comandante da Marinha;
  • Anderson Torres, ex-ministro da Justiça;
  • Augusto Heleno, ex-ministro do GSI (Gabinete de Segurança Institucional);
  • Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro;
  • Paulo Sérgio Nogueira, ex-ministro da Defesa; e
  • Braga Netto, ex-ministro da Casa Civil e candidato a vice-presidente em 2022.

PRÓXIMOS PASSOS

Se a denúncia for aceita, dá-se início a uma ação penal. Nessa fase do processo, o Supremo terá de ouvir as testemunhas indicadas pelas defesas de todos os réus e conduzir a sua própria investigação. Terminadas as diligências, a Corte abre vista para as alegações finais, quando deverá pedir que a PGR se manifeste pela absolvição ou condenação dos acusados.

O processo será repetido para cada grupo denunciado pelo PGR, que já tem as datas marcadas para serem analisadas. São elas:


Acompanhe a cobertura completa do julgamento da 1ª Turma do STF no Poder360:

O que disseram as defesas de Bolsonaro e dos outros 7 denunciados durante o julgamento:

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