O ex-presidente Michel Temer (MDB) disse que o ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Alexandre de Moraes “não é radical” e agiu com “coragem jurídica” para garantir as eleições de 2022 depois do 8 de Janeiro. Segundo o ex-chefe do Executivo, a atitude do magistrado em relação aos presos pela tentativa de golpe visa a “pacificação do país”.
“Ele já liberou muita gente. Fez uma coisa adequada no momento que deveria fazer, não é? Para garantir as eleições e está fazendo agora com vistas à pacificação do país. Aquelas penas de 14, 15, 17 anos devem ser reduzidas. Isso está começando a acontecer. E há instrumentos jurídicos para isso“, afirmou Temer, em entrevista publicada pela Folha de S.Paulo nesta 4ª feira (14.mai.2025).
O ex-presidente reforçou o posicionamento de que, apesar de o Congresso ter competência para conceder a anistia, o STF deve considerar reavaliar a dosimetria das penas. Em abril, já havia afirmado que este seria o caminho mais apropriado para evitar um “mal-estar”.
Moraes foi indicado por Temer para o STF em 2017. Ele ocupou a vaga de Teori Zavascki, morto em um acidente aéreo em Paraty (RJ).
Ambos têm sido alvo de críticas dos apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Para os bolsonaristas, o ministro persegue os investigados pela destruição das sedes dos Três Poderes em 2023.
Além disso, ações do magistrado motivaram a realização de atos bolsonaristas em 2024. Entre elas, estão a suspensão do X e a divulgação de investigações extraoficiais conduzidas pelo TSE contra aliados de Bolsonaro.
Já Temer sofreu com críticas ao propor a articulação de 5 governadores em busca de uma 3ª via para 2026. Entre os que se opuseram publicamente à ideia, estão Fabio Wajngarten, chefe da Secretaria de Comunicação Social do governo Bolsonaro, e o pastor Silas Malafaia.