O presidente da Credn (Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional), Filipe Barros (PL-PR), disse que o colegiado dará “respaldo institucional” a Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que decidiu continuar nos Estados Unidos e se licenciar do mandato de deputado federal.
Barros foi eleito presidente da comissão na manhã desta 4ª feira (19.mar.2025). Ele foi o nome escolhido pelo PL e teve o apoio do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
Eduardo era a 1ª opção do PL para a comissão, o que gerou embates com o PT e chegou a travar a definição das comissões, instaladas 46 dias depois da eleição da Mesa Diretora, em 1º de fevereiro de 2025.
Barros disse a jornalistas pouco antes da instalação que falará com Eduardo pelo menos uma vez por semana e o contato com o filho de Bolsonaro será pleno. O novo presidente afirmou que dará “subsídio institucional” ao deputado licenciado.
“Se ele for fazer uma reunião com alguma autoridade do governo americano, a Credn pode fazer uma missão oficial para acompanhá-lo. Se o Eduardo for estabelecer um diálogo com os partidos de direita da Europa, principalmente da Espanha e de Portugal, a comissão pode fazer uma missão oficial para ir junto, dando a institucionalidade a essa reunião”, afirmou.
Apesar disso, Barros afirmou que pretende manter diálogo com governistas. O deputado disse que conversou com membros do governo na manhã desta 4ª feira (19.mar). “Serei um magistrado dos interesses do governo, da oposição e dos demais membros”, declarou.
DISCURSO
Na posse, Barros dedicou seu discurso a Eduardo. Para ele, a direita “foi escolhida para ser eliminada da vida pública”.
Ele questionou se há democracia sem a direita e disse que Eduardo faz ato “heroico”. “Todas as minhas condolências ao Eduardo, à sua família, ao presidente Bolsonaro, o maior líder dessa nação, perseguido pelos nossos opositores políticos”, disse.
Barros afirmou ter recebido “missão” de Bolsonaro ao ser escolhido para comandar a comissão. “Trincheira tão importante para que resgatemos a nossa verdadeira soberania, nossas liberdades, para que a nossa democracia volte a ficar de pé”, declarou.
A resistência da esquerda ao nome de Eduardo foi motivada por sua atuação nos Estados Unidos a favor do projeto, que avança na Câmara de Representantes daquele país, que pode atingir o ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Alexandre de Moraes.
Petistas entraram com ações contra Eduardo e o líder do PT na Câmara, Lindbergh Farias (RJ), acionou a PGR (Procuradoria Geral da República) para apreender o passaporte do deputado. Na 3ª feira (18.mar), Eduardo anunciou que continuaria nos Estados Unidos.
Com isso, o PL teve de indicar outro nome para a comissão. Lindbergh já havia dito que a esquerda aceitaria qualquer nome do PL desde que não fosse o de Eduardo.