O governo de Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP) afastou o major Angelo Martins Denicoli do cargo de assessor especial da Prodesp, empresa operadora dos dados do Estado de São Paulo. Denicoli é um dos alvos da operação da PF (Polícia Federal) que investiga o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e seus aliados por suposta tentativa de golpe.
O afastamento de Denicoli foi confirmado pela Prodesp ao Poder360. O órgão, porém, não informou o motivo da saída do major.
Major da reserva do Exército, Denicoli foi nomeado em 2022 para um cargo de direção no Ministério da Saúde na gestão de Eduardo Pazuello. À época, foi diretor do Departamento de Monitoramento e Avaliação do SUS (Sistema Único de Saúde).
Durante o período na Saúde, ele fez discursos nas redes contra governadores e ministros do STF (Supremo Tribunal Federal) e ataques ao sistema eleitoral brasileiro. Também criticou restrições na pandemia e incentivou o uso de medicamentos ineficazes no combate à covid, como a cloroquina.
O major foi exonerado por Marcelo Queiroga, que assumiu o ministério com a saída de Pazuello.
OPERAÇÃO TEMPUS VERITATIS
A PF realizou na 5ª feira (8.fev.2024) operação contra Jair Bolsonaro e aliados por suposta tentativa de golpe de Estado para mantê-lo na Presidência da República.
Os mandados foram autorizados pelo ministro Alexandre de Moraes, do STF. Na decisão (íntegra – PDF – 8 MB), o magistrado menciona uma suposta minuta que previa a prisão do próprio Moraes, do ministro Gilmar Mendes e do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG).
Além de Bolsonaro, estão entre os alvos:
- Valdemar Costa Neto, presidente do PL. Foi preso em flagrante por porte ilegal de arma pelos agentes;
- general Augusto Heleno, ex-ministro do GSI (Gabinete de Segurança Institucional);
- Anderson Torres, ex-ministro da Justiça;
- Walter Braga Netto (PL), ex-ministro da Casa Civil e candidato a vice-presidente; e
- Paulo Sérgio Nogueira, ex-ministro da Defesa.