Fontes da Polícia Federal (PF) afirmam que o vídeo de uma reunião gravada em 5 de julho de 2022 demonstra o “desespero” do governo de Jair Bolsonaro (PL) com a possibilidade de perder as eleições presidenciais, mas agentes ligados à investigação dizem acreditar que o encontro não é a principal prova que sustenta a acusação contra o grupo.
A avaliação é de que as imagens ilustram que o governo queria insistir no discurso de fraude nas urnas, mesmo sabendo que era mentira, já programando uma “possibilidade futura de anular as eleições, por meio de um golpe de Estado”, nas palavras dos agentes.
Até agora, agentes consideram que a principal prova são as mensagens trocadas entre integrantes da cúpula bolsonarista.
Para fontes da investigação, as conversas não deixam dúvidas sobre o processo de manipulação da sociedade mediante a divulgação de informações sabidamente falsas.
Além do vídeo e das mensagens, há minutas golpistas apreendidas, materiais já periciados de computadores e celulares e a colaboração do ex-ajudante de ordens Mauro Cid.
A conclusão dos agentes é a de que as diversas provas se interconectam e mostram uma padrão de ação “de uso das redes sociais, por meio de influenciadores, para propagar mentiras e manipular parte da população”.
A investigação da PF que desencadeou a operação Tempus Veritatis apura, entre outros fatos, um “núcleo de desinformação e ataques ao sistema eleitoral”.
A apuração aponta que esse núcleo atuava na “produção, divulgação e amplificação de notícias falsas quanto à lisura das eleições presidenciais de 2022 com a finalidade de estimular seguidores a permanecerem na frente de quartéis e instalações das Forças Armadas no intuito de criar o ambiente propício para o golpe de Estado”.
Este conteúdo foi originalmente publicado em Vídeo de reunião mostra “desespero” do governo Bolsonaro, mas não é a principal prova, dizem fontes da PF no site CNN Brasil.