O diretor-geral da PF (Polícia Federal), Andrei Rodrigues, negou nesta 4ª feira (4.dez.2024) que o policial federal Wladimir Matos Soares, preso em operação que apura uma tentativa de golpe e de assassinato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em 2022, fizesse parte da segurança do chefe do Executivo.
Segundo Andrei, o agente foi recrutado para atuar na segurança das instalações da posse de Lula, onde se hospedariam alguns chefes de Estado. Assim, circulou por vários locais do prédio onde estava o presidente eleito e, dali, teria repassado informações para a Abin (Agência Brasileira de Inteligência) e criado uma “teia de informações”. Afirmou que esses são os dados “concretos” sobre a suposta “infiltração na PF” apurados por mais de 1 ano em investigação.
“É muito importante esse esclarecimento. Muitos disseram que esse policial que foi preso fazia parte da minha equipe e a do presidente. Não. Essa pessoa nunca fez parte da nossa equipe de segurança do presidente. Ele tinha sido recrutado, chamado, não sei como estava lotado na época, para cuidar da parte de segurança patrimonial dos chefes de Estado. Participou da operação, enfim, estava em todas essas operações de posse”, afirmou a jornalistas.
Andrei também afirmou que, além de estar preso e respondendo a um processo criminal, o policial federal Wladimir Matos Soares terá que responder a um processo disciplinar instaurado na corporação.
ENTENDA
O policial federal Wladimir Matos Soares, preso em 19 de novembro, é acusado de repassar informações confidenciais de um agente que fazia parte da segurança de Lula durante a transição de governo.
Segundo a PF, ele teria colaborado com aliados de Bolsonaro que supostamente planejaram a tentativa de golpe de Estado em 2022.
Mensagens analisadas pela PF mostram Wladimir mantinha contato direto com Sérgio Rocha Cordeiro, capitão da reserva e ex-assessor especial da Presidência no governo Bolsonaro.
Em uma das conversas, escreveu: “Eu e minha equipe estamos com todo equipamento pronto para ir ajudar a defender o PALÁCIO e o que PRESIDENTE. Basta a canetada sair!”.
A OPERAÇÃO DA PF
A PF realizou em 19 de outubro a operação Contragolpe, mirando suspeitos de integrarem uma organização criminosa responsável por planejar um golpe de Estado para impedir a posse do governo eleito nas eleições de 2022.
Os agentes prenderam 5 integrantes: 4 são militares das Forças Especiais, chamados “kids pretos”, e um é agente federal.
Os crimes investigados, segundo a PF, configuram, em tese, abolição violenta do Estado Democrático de Direito, Golpe de Estado e organização criminosa.
O plano estava sendo chamado de “Punhal Verde e Amarelo” e seria executado em 15 de dezembro de 2022, de acordo com a Polícia Federal.
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