Deputado diz que PF apreendeu equipamentos de assessor de Bolsonaro

O deputado federal tenente-coronel Zucco (PL-RS) afirmou que a PF (Polícia Federal) apreendeu um tablet e um computador de um assessor do presidente Jair Bolsonaro (PL) durante a operação em Angra dos Reis (RJ) nesta 2ª feira (29.jan.2024). O vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ) é um dos alvos da ação que apura suposta espionagem ilegal feita pela Abin (Agência Brasileira de Inteligência).

O congressista disse ter sido convidado para passar uns dias na casa de praia do ex-presidente no litoral carioca e estava presente no passeio de barco com Bolsonaro e seus filhos, enquanto agentes da Polícia Federal realizavam a operação de busca e apreensão no endereço. 

O deputado disse que são falsas as informações de que o presidente e seus filhos fugiram de casa para escapar da operação da PF. Também negou que Carlos estaria de posse de um computador da Abin. 

Zucco disse que “o mandado de busca e apreensão extrapolou todos os limites da legalidade”, pois, segundo ele, a residência “inteira” foi vasculhada, quando o único alvo presente era o vereador.  

“Em certo momento, os agentes fizeram menção em recolher os equipamentos de todos os presentes, inclusive o meu aparelho celular. Outro fato que eu considero da mais alta gravidade”, disse. 

O deputado contou que no domingo (28.jan) ficou decidido que ele, Carlos, o deputado federal Eduardo (PL-SP), o senador Flávio (PL-RJ) e o ex-presidente Jair Bolsonaro iriam pescar na manhã desta 2ª feira (29.jan), por conta das “condições perfeitas para a prática da pesca”

Zucco declarou que saíram da casa exatamente às 5h50. Depois de 10 minutos, a Polícia Federal deu início à operação de busca e apreensão. Só às 9h40, o assessor de Bolsonaro Fabio Wajngarten conseguiu contato com o ex-presidente, segundo o congressista. 

“Retornamos na mesma hora. Chegamos à casa do presidente por volta das 10h30 e logo ele se colocou à disposição da Polícia Federal”, afirmou. 

Leia abaixo a íntegra da nota de Zucco:

“Repondo a verdade sobre a operação de busca e apreensão contra o vereador Carlos Bolsonaro

“Fui convidado a passar alguns dias na casa de praia do ex-presidente Jair Bolsonaro, chegando em Angra dos Reis (RJ) na última quinta-feira (25), onde venho participando de uma série de conversas e reuniões sobre o planejamento do PL para as eleições municipais de 2024. Inclusive tive a oportunidade de estar nos bastidores da superlive promovida por Bolsonaro e seus filhos (Flávio, Eduardo e Carlos) na noite deste domingo (28).

“Como testemunha ocular dos fatos, me coloco no dever e na obrigação de fazer os relatos a seguir. Ao final da transmissão, combinamos de sair para pescar no dia seguinte. Com as condições perfeitas para tal, partimos exatamente às 5h50. Tempo bom, mar calmo, sem vento. Usamos um barco e um jet sky para fazer o deslocamento marítimo. É fato que, em alto mar, o sinal de telefonia celular fica bastante prejudicado. Somente às 9h40, o advogado Fabio Wajngarten conseguiu contato com o presidente Jair Bolsonaro, relatando que havia uma equipe da Polícia Federal em sua residência. Retornamos na mesma hora.

“Chegamos à casa do presidente por volta das 10h30 e logo ele se colocou à disposição da Polícia Federal. Aqui é preciso repudiar veementemente a irresponsabilidade da jornalista Daniela Lima, que mentiu ao informar que Carlos Bolsonaro estaria de posse de um computador da Abin. Da mesma forma, é totalmente inverídica a informação que o presidente e seus filhos fugiram de casa para escapar da operação da PF. Eu, como deputado federal, sou testemunha desse fato. Repito: saímos para pescar logo cedo em virtude das condições perfeitas para a prática da pesca.

“Dito isto, também é preciso criticar a forma como foi conduzido o mandado de busca e apreensão. A operação tinha como objetivo confiscar o celular do vereador Carlos Bolsonaro, mas os agentes da PF avançaram sobre outros equipamentos. Um tablet e um computador de um assessor do presidente Bolsonaro também foram recolhidos. Aliás, em certo momento os agentes fizeram menção em recolher os equipamentos de todos os presentes, inclusive o meu aparelho celular. Outro fato que eu considero da mais alta gravidade.

“Por fim, é preciso ressaltar que o mandado de busca e apreensão extrapolou todos os limites da legalidade, haja vista que a Polícia Federal vasculhou a casa inteira do presidente Bolsonaro, que sequer é alvo desta operação. Afinal de contas, quem era realmente o alvo ou os alvos dessa ação? Esperamos respostas para muitas indagações e, mais uma vez, cobramos responsabilidade dos meios de comunicação na divulgação dos fatos.”

Adicionar aos favoritos o Link permanente.