A ex-deputada Joice Hasselmann (Podemos) afirmou que convidou o jornalista William Waack, para assumir o ministério das Relações Exteriores durante o governo de Jair Bolsonaro (PL), mas os filhos do então presidente barraram a ideia.
Joice disse que Waack aceitou a proposta na época, mas que os filhos do ex-presidente, por terem mais influência, “atravessaram” Ernesto Araújo que tomou a frente do cargo. A ex-parlamentar disse que evitava estar nos mesmos lugares que os filhos de Bolsonaro.
“Eu convidei o William Waack para ser o ministro das Relações Exteriores. Ele topou. Quando ele estava se organizando para ir para a Brasília, eles atravessaram aquele imbecil do Ernesto Araújo”, disse Hasselmann.
William Waack perdeu a vaga para Ernesto Araújo
Segundo Hasselmann, seu poder para montagem do governo anterior não era o que parecia. Joice disse que, em tese, teria “poder ilimitado” na formação do governo. Porém, os filhos de Bolsonaro passaram Ernesto na frente de Waack na hora de escolher o ministro das Relações Exteriores.
“Convidei ele (William Waack) para ser o ministro das Relações Exteriores, e ele topou. Quando Waack estava já se organizando para ir a Brasília, eles atropelaram com aquele imbecil do Ernesto Araújo”, contou Hasselmann.
Ernesto ficou no cargo do ministério entre 2019 e 2021. No Itamaraty, mais de 300 diplomatas pediram sua saída. O ex-ministro foi alvo de pedidos de impeachment de diversos políticos e também foi atacado por aliados do governo Bolsonaro.
Joice Hasselmann rompeu com Bolsonaro no primeiro ano de governo dele, após disputas no PSL
Joice Hasselmann afirmou que se desentendeu publicamente com os filhos do ex-presidente. O episódio ocorreu em uma disputa pelo comando do PSL, na época, legenda de Jair Bolsonaro.
“Quando Bolsonaro tentou tomar o PSL, eu fui lá e comprei a briga, dei um jeito de manter o partido na minha mão, virei líder, mas comprei uma briga que não era minha”, alegou Hasselmann.
Joice afirmou que não achava justo os deputados serem pressionados da forma que Bolsonaro fazia e a disputa no partido desencadeou o rompimento com o governo. “Ali a nossa relação degringolou de vez”, complementou Hasselmann.