A inusitada denúncia de Haddad contra Bolsonaro

Ministro da Fazenda do Governo Lula, Fernando Haddad (PT) diz que havia “determinação política” no governo Bolsonaro para não taxar ‘comprinhas da Shein’

A inusitada denúncia de Haddad contra Bolsonaro

Divulgação

Ministro da Fazenda do Governo Lula, Fernando Haddad (PT), afirma que havia uma “determinação política” no governo Bolsonaro para não taxar ‘comprinhas da Shein’ e outros produtos importados. Curiosamente, durante o governo de Jair Messias Bolsonaro, perfis de extrema-esquerda acusavam o ‘desgoverno’ de ‘ferrar com o pobre’. Agora, o Governo Lula tenta criar o maior imposto de importação do mundo. Todavia, nenhuma das páginas de fofoca, como por exemplo a Choquei, está criticando.

“A mudança terá grande impacto, principalmente na população mais pobre, que utiliza as plataformas de e-commerce internacional para acessar uma rica variedade de bens a preços acessíveis”, diz a Aliexpress.

Haddad reiterou a existência dessa “determinação política” no governo anterior para não taxar as compras internacionais, destacando que “um único remetente mandou 17 milhões de remessas. Ninguém fez nada. O que aconteceu quando a gente se deparou com o problema? Fizemos o Remessa Conforme”, afirmou o Ministro da Fazenda nesta quarta-feira (22).

A plataforma de venda on-line chinesa Shein reforçou, nessa quarta-feira (22), sua defesa pela manutenção da isenção do imposto de importação nos envios abaixo de US$ 50, alegando que uma eventual volta da alíquota afetaria os consumidores de baixa renda.

O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), afirmou que é preciso proteger os empregos no país, gerados pelas indústrias e varejistas nacionais, e que a isenção beneficia empresas estrangeiras. O projeto de lei do programa Mover, que inclui o fim da isenção, pode ser votado nesta semana na Câmara.

A Shein, com base em dados de pesquisa da Ipsos, destacou que 88% de seus consumidores são das classes C, D e E, sendo 50% das classes D e E, e 38% da classe C. Cerca de 11% pertencem às classes A e B. A empresa argumenta que a isenção do imposto é uma ferramenta de empoderamento do consumidor, permitindo acesso a produtos internacionais de qualidade e acessíveis.

Outras pesquisas mostram que 61% do público vê nos sites internacionais uma oportunidade para a população mais pobre ter acesso ao consumo. A desistência da compra, quando são cobrados os impostos, é maior entre as classes C, D e E (37%) do que nas classes A e B (32%).

O presidente da Câmara, Arthur Lira, defende a necessidade de isonomia tributária entre as companhias, alinhando-se com varejistas e fabricantes locais. Enquanto isso, deputados do PT, Psol e Novo defendem a manutenção da isenção do imposto de 60%.

A questão ganhou destaque nos últimos dias com a pressão de redes locais como Renner, Marisa, Caedu, Petz e Pague Menos, que têm sido ativas em Brasília. Empresários têm enviado vídeos e mensagens a parlamentares, pressionando por uma posição contrária à isenção. Ao mesmo tempo, Shein e AliExpress têm mantido contatos com políticos para defender seu ponto.

O AliExpress criticou a possibilidade de o Brasil aplicar a maior taxa de importação do mundo, chegando a 92%, e destacou que as classes C, D e E seriam as mais afetadas pela mudança. A empresa também apontou a discrepância entre a taxação de importações de pequeno valor e a isenção para pessoas que fazem viagens internacionais, que podem comprar até R$ 5 mil sem impostos.

Por fim, o AliExpress manifestou sua disposição em colaborar com o governo brasileiro para encontrar soluções que atendam ao desejo dos consumidores, destacando o programa Remessa Conforme como um bom exemplo. O programa Mover ainda não foi votado pelo Congresso Nacional por falta de consenso entre os deputados, e o AliExpress continua argumentando contra a taxação de todas as importações.

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