O ato “pró-democracia” convocado pelo Partido dos Trabalhadores e pela esquerda no sábado (23.mar.2024) em São Paulo teve um público de 1.000 a 1.350 pessoas. O Poder360 fez fotos de alta resolução, com drone, e contou um a um os presentes no horário de maior concentração (de 15h57 a 15h59) e chegou a um público de 1.347.
A mobilização foi realizada no largo do São Francisco, próximo à Faculdade de Direito da USP (Universidade de São Paulo). Estiveram presentes os ex-presidentes do PT, José Dirceu e José Genoino.
Houve vários atos semelhantes em várias cidades pelo Brasil e no exterior. A adesão dos militantes em São Paulo foi modesta –apesar de, no 2º turno das eleições o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ter recebido a maioria dos votos na cidade de São Paulo. À época o petista venceu Jair Bolsonaro (PL) com 53,54% dos votos válidos na capital paulista.
As manifestações esquerdistas começaram a ser planejadas para todo o país dias depois do ato de 25 de fevereiro organizado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) na avenida Paulista. Foram divulgadas em massa nos canais de comunicação do Partido dos Trabalhadores, como o Telegram e o site oficial da sigla. A presidente nacional da sigla, deputada federal Gleisi Hoffmann (PR) também fez convocações em suas redes sociais.
No ato do ex-presidente na Paulista, cerca de 300 mil a 350 mil estavam presentes, estimou o Poder360. Apesar do tom de resposta aos apoiadores de Bolsonaro, o evento da esquerda na capital reuniu cerca até 350 vezes menos público.
A iniciativa dos partidos e de organizações de esquerda foi uma tentativa de reagir mostrando que conseguem reunir grande número de pessoas nas ruas e, assim, responder aos atos de Bolsonaro e seus aliados.
Procurada pelo jornal digital antes da realização dos atos, a organização dos protestos de esquerda não deu nenhuma estimativa de público.
Para fazer a estimativa de pouco mais de 1.000 presentes, o Poder360 fez várias fotos aéreas com drone de 15h50 às 16h. Como eram poucas pessoas, foi possível contar uma a uma, pois as imagens foram registradas com alta resolução e analisadas numa tela de 27 polegadas de um computador iMac na Redação do Poder360.
Muitas pessoas estavam com guarda-chuvas. Para calcular o valor mínimo, o Poder360 considerou que havia uma pessoa abaixo de cada guarda-chuva. Assim, chegou à contagem de 998 presentes. Pode haver alguma variação porque é sempre possível alguém ficar embaixo de barracas ou da faixada do prédio.
Para o valor máximo, o Poder360 considerou que havia duas pessoas abaixo de cada guarda-chuva. Assim, chegou à contagem de 1.347 presentes.
O público em eventos é flutuante, especialmente porque as pessoas se movimentam no local e a ocupação pode mudar ao longo do dia. Algumas áreas ficaram mais ou menos cheias ao longo da tarde.
Também não é possível identificar com clareza nas imagens o público que fica embaixo de árvores ou de marquises de prédios.
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Veja fotos do evento de São Paulo:
ENTENDA OS ATOS DA ESQUERDA
As manifestações da esquerda têm pautas difusas. Relembram o golpe militar de Estado de 1964, pedem que não haja anistia para os envolvidos nos ataques do 8 de Janeiro e cobram o fim do “genocídio na Palestina”.
Os atos são organizados pelas frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo, com o apoio de entidades como CUT (Central Única dos Trabalhadores) e MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais sem Terra), e de partidos como PT, do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, PC do B e Psol.
Os atos da esquerda foram anunciados em 15 Estados, em Brasília e em 2 países (Espanha e Portugal). A manifestação em Salvador (BA) era considerada pelos organizadores como a principal. Reuniu 1.042 manifestantes no horário de maior concentração (16h55).
O ato no Rio de Janeiro foi cancelado por causa das chuvas.
QUEM APOIOU OS ATOS DE SÁBADO
- PT;
- PC do B;
- Psol;
- ABJD (Associação Brasileira de Juristas pela Democracia);
- ADJC (Associação dos Advogado e Advogadas pela Democracia, Justiça e Cidadania);
- Afronte (Juventude do Psol);
- Apib (Articulação dos Povos Indígenas do Brasil);
- CMP (Central de Movimentos Populares);
- Cebrapaz (Centro Brasileiro de Solidariedade aos Povos e Luta pela Paz);
- Conam (Confederação Nacional das Associações de Moradores);
- Conaq (Coordenação Nacional de Articulação de Quilombos);
- CNTE (Confederação Nacional dos Trabalhadores na Educação);
- CPP (Conselho Pastoral dos Pescadores);
- Conen (Coordenação Nacional de Entidades Negras);
- Contraf Brasil (Confederação Nacional dos Trabalhadores e Trabalhadoras na Agricultura Familiar do Brasil);
- CTB (Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil);
- CUT;
- FUP (Federação Única dos Petroleiros);
- Feed (Frente de Evangélicos pelo Estado de Direito);
- Inesc (Instituto de estudos socioeconômicos);
- Levante popular da Juventude;
- MAB (Movimento dos Atingidos por Barragens);
- MAM (Movimento pela Soberania Popular na Mineração);
- MCP (Movimento Camponês Popular);
- MMC (Movimento de Mulheres Camponesas);
- MTD (Movimento de Trabalhadoras e Trabalhadores por Direitos);
- MBP (Movimento Brasil Popular);
- MMM (Marcha Mundial das Mulheres);
- MTST (Movimento dos Trabalhadores e Trabalhadoras Sem Teto);
- MTC (Movimento dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Campo);
- MST;
- MNU (Movimento Negro Unificado);
- MNLM (Movimento Nacional de Luta por Moradia);
- MPA (Movimento dos Pequenos Agricultores);
- Mídia Ninja;
- PBP (Projeto Brasil Popular);
- RNMP (Rede Nacional de Médicas e Médicos Populares);
- Rua – Juventude anticapitalista;
- UBM (União Brasileira de Mulheres);
- Ubes (União Brasileira dos Estudantes Secundaristas);
- UJS (União da Juventude Socialista);
- Unegro (União de Negros pela Igualdade);
- UNE (União Nacional dos Estudantes);
- Vida e Justiça (Associação Nacional em Apoio e Defesa dos Direitos das Vítimas da Covid-19).