PF nega ter prendido jornalista português e retido passaporte

O diretor de Polícia Administrativa da PF (Polícia Federal), Rodrigo de Melo Teixeira, disse nesta 3ª feira (19.mar.2024) na Comissão de Segurança Pública do Senado que o jornalista português Sérgio Tavares foi “entrevistado” ao chegar no Aeroporto de Guarulhos, em São Paulo.

“Ele não foi preso e não teve o passaporte retido”, falou Rodrigo de Melo durante a audiência pública. 

Assista à íntegra:

O jornalista ficou no Aeroporto de Guarulhos por mais de 4 horas em 25 de fevereiro para prestar esclarecimentos à PF. Ele veio ao Brasil, segundo informou, para registrar o ato do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) na avenida Paulista.

Conforme o integrante da PF, depois da entrevista, que faz parte do “procedimento protocolar” da corporação, o jornalista teve permissão para entrar no Brasil.

Teixeira também esclareceu haver um setor de análise para fazer o controle de passageiros que entram e saem do Brasil. Anteriormente, a PF disse que o procedimento visava a apurar se o jornalista teria vindo ao Brasil a turismo ou para trabalhar, já que não teria apresentado visto de trabalho.

Ainda segundo Teixeira, a “entrevista” com o jornalista cumpriu duas finalidades: tratar de questões técnicas, como a averiguação do visto e do passaporte, e questionar publicações feitas por ele em seus perfis nas redes sociais. 

Segundo a PF, o jornalista teria usado a internet para proferir ataques aos ministros do STF (Supremo Tribunal Federal). O diretor da corporação disse que “ataques à honra” configuram crime no Brasil.

O depoente disse que, no setor de análise da corporação, há 143 mil pessoas em situação de “alerta” no Aeroporto de Guarulhos, que seriam entrevistadas ao tentar entrar ou sair do Brasil. Além disso, há 1,6 milhão com “restrições”, ou seja, que não teriam a entrada ou saída autorizada.

Autor do requerimento para ouvir o diretor na Casa Alta, o senador Eduardo Girão (Podemos-CE) questionou as perguntas de cunho político feitas ao jornalista. Disse que, apesar de já ter visitado muitos continentes, nunca lhe fizeram perguntas políticas, e questionou a conduta da corporação.

“Nós não entramos na manifestação política. Sua manifestação política ideológica é um direito dele e de qualquer outro cidadão na democracia em que vivemos no Brasil”, afirmou Teixeira.


Este post foi escrito pela estagiária Bruna Aragão sob a supervisão da editora Amanda Garcia.

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