Precisamos “macetar” legalização de drogas e aborto, diz Michelle

A ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro disse ser preciso “macetar” a legalização de drogas e aborto no Brasil. A declaração foi dada durante o encontro do PL Mulher em Salvador (BA), no sábado (10.mar.2024). Os temas são discutidos por ministros do STF (Supremo Tribunal Federal) –leia mais ao final deste post.

“Nós precisamos, como diz aqui na Bahia, macetar. Mas é macetar a legalização do aborto, macetar a legalização das drogas. Nós vamos macetar essa ideologia de gênero do mal. Vamos macetar tudo aquilo que o inimigo e essa extrema-esquerda maldita, que é usada para o mal, querem implantar na nossa sociedade”, disse.

Michelle declarou que as mulheres “não podem aceitar” a descriminalização do porte de drogas para uso pessoal e do aborto no país. Afirmou que a gestão é um “dom” divino.

“Nós sabemos quem nós somos. Nós somos mulheres preciosas. Somos mulheres que Deus concedeu o maior dom, que foi o dom de gerar. E junto com esse dom de gerar, o senhor nos acrescentou intuição, fé, resiliência, amor. Um amor visceral, que só nós sabemos”, afirmou. 

A ex-primeira-dama também usou o momento para criticar a política pública do governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Chamou o presidente da República de “persona non grata” –em referência a Israel, que imputou o termo a Lula em 19 de fevereiro depois de sua fala em que comparou a guerra no Oriente Médio ao holocausto judeu na 2ª Guerra Mundial.

“Aquele, o persona non grata, que diz que valoriza a mulher, mas que de cara tirou mulheres do alto escalão. Que na oportunidade que teve para indicar mulheres ao STF […], mas não, indicou 2 homens. Aquele que faz chacota com uma candidata da Venezuela e usa de misoginia contra a mulher”, declarou.

Em 6 de março, Lula disse que a oposição na Venezuela não deveria ficar “chorando”. Embora não tenha citado nomes, foi uma referência ao fato de a candidata María Corina Machado, opositora do presidente Nicolás Maduro, ter sido impedida pela Suprema Corte do país de disputar as eleições no país em 28 de julho de 2024.

DROGAS E ABORTO

Em 6 de março, o STF retomou o julgamento da ação sobre descriminalização do porte de drogas para uso pessoal, parado desde agosto de 2023 por pedido de vista (mais tempo para análise) do ministro André Mendonça. Na mesma data, Dias Toffoli pediu vista e, agora, terá 90 dias para analisar o processo. 

Em 20 de setembro de 2023, a então presidente da Suprema Corte, Rosa Weber, pautou o julgamento sobre a descriminalização do aborto até a 12ª semana da gestação. A ex-ministra votou a favor –a decisão será mantida mesmo com sua aposentadoria.

O atual presidente do STF, ministro Roberto Barroso, disse que irá pautar a legalização do aborto em sua gestão, mas que não será “em curto prazo”.

Embora não haja data para a retomada da discussão desta ação, entende-se que o voto de Barroso será a favor da descriminalização. Em 5 de março, disse considerar prender mulheres pela interrupção da gravidez uma “má política pública”

Já em 8 de março, em sua aula magna na PUC-Rio (Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro), o ministro afirmou que é preciso uma ampla campanha de conscientização sobre o tema pela sociedade para que a Suprema Corte tenha como julgá-lo. Declarou que prender uma mulher que aborta “não serve para nada”.

Assista (35s):

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