Governo deve anunciar plano de socorro ao agro até fim de março

O ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, disse nesta 3ª feira (27.fev.2024) que o governo deverá apresentar um plano de socorro para o setor agropecuário brasileiro até março. O pacote de ajuda ao setor está sendo discutido desde o fim de janeiro e já conta com recursos do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social).

“O presidente determinou que a gente continue a construção de medidas para minimizar esse impacto para evitar ondas de recuperação judicial, de inadimplência de um setor que cresce. […] A ideia é que, antes do final da colheita, para aqueles que tiveram problemas climáticos e problemas de falta de renda, tenham medidas anunciadas”, disse. Fávaro se reuniu com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) durante a tarde.

De acordo com o ministro, o governo está identificando os setores que estão com dificuldades, como o de pecuária de corte, milho e soja. Os recursos que poderão ser viabilizados para o plano estão sendo analisados pelo Ministério da Fazenda. Fávaro não detalhou valores. Há a possibilidade de prorrogação dos vencimentos de investimentos que vencem em 2024.

Para o ministro, no entanto, o cenário não é de crise. “O que precisa é tranquilidade. Evitar uma onda de inadimplência, uma onda de recuperação judicial. O que queremos é atender especificamente quem está sem renda e teve problema de safra”, disse.

Para o ministro, as dificuldades enfrentadas por produtores se dão principalmente por eventos climáticos desfavoráveis no Centro-Oeste e no Nordeste.

O ministro disse que Lula pediu a ele que organize uma missão empresarial a países africanos, provavelmente em abril. Também discutiram a criação da rede nacional de meteorologia para a previsão de desastres. De acordo com Fávaro, o governo estuda incluir a iniciativa no Novo PAC (Programa de Aceleração do Crescimento).

Fávaro disse ainda que Lula visitará no 1º semestre Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Rio Grande do Sul, Estados com forte atuação do agronegócio, para lançar obras do PAC que tenham impacto para o setor.

Relação com Lula

Fávaro disse que não houve adesão do agronegócio ao ato em defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), realizado em São Paulo no domingo (25.fev.2024). O setor foi um dos mais ligados ao governo anterior.

“Não vi adesão nenhuma, acho que está todo mundo trabalhando, colhendo. Período de colheita aí, estava todo mundo na roça, na lavoura colhendo, não estava preocupado com esse tipo de manifestação, não”, disse.

Para ele, a relação do setor com Lula melhorou. “Setor compreendeu que retórica política e eleitoral que inseriram na cabeça dos produtores, de que poderia taxar exportações, que poderia trazer insegurança jurídica no campo, esqueceram que foi lula no governo 1 e 2”, afirmou.

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