Bolsonaristas provocam porque estão “enfraquecidos”, diz líder do PT

O líder do PT (Partido dos Trabalhadores) na Câmara dos Deputados, Lindbergh Farias (RJ) disse nesta 4ª feira (11.jun.2025) que o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, foi desrespeitado porque os bolsonaristas estão “enfraquecidos” diante da possibilidade de prisão do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

O deputado declarou que há uma “prática cotidiana” de uma minoria bolsonarista dentro do Congresso. Ele afirmou que os deputados querem “ganhar no grito”.

O líder do PT disse que o desrespeito com Haddad foi similar ao que sofreu a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, na Câmara, em maio. Na ocasião, Marina abandonou uma sessão depois de bate-boca generalizado com deputados. Teve apoio de aliados do governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Segundo o deputado petista, Haddad deve receber a mesma solidariedade.

O que eles fizeram é um erro que vai ser repudiado pela Casa, porque a Casa conhece eles”, disse. “Eles saem enfraquecidos, porque vai ter uma solidariedade muito grande ao ministro Haddad como teve com a ministra Marina”, completou.

Lindbergh criticou o deputado Nikolas, que, segundo ele, prefere fazer um vídeo sobre o Pix em vez de tratar de assuntos importantes. Durante a sessão, Haddad disse que o vídeo do deputado tinha 300 milhões de visualizações, mas não tinha 300 milhões de pessoas que falam português no mundo.

Nikolas pediu ordem e disse: “Você acha que tem debate sério com alguém que fala que não pode ter 300 milhões de visualizações porque não tem 300 milhões que falam português no mundo?”.

HADDAD DEIXA SESSÃO

A sessão de audiência pública foi suspensa depois de bate-boca que envolveu o ministro da Fazenda, Fernando Haddad. Ele criticou os deputados Nikolas Ferreira (PL-MG) e Carlos Jordy (PL-RJ) por terem feito perguntas e deixado a comissão de audiência pública. Segundo o ministro, os congressistas fazem “micagem” ao produzir vídeos para redes sociais, mas se ausentam ao ouvir respostas.

Os congressistas voltaram e o bate-boca se iniciou. Nikolas pediu questão de ordem que não foi atendida pelo deputado Rogério Correia (PT-MG), que presidiu a sessão. Com a confusão, Haddad deixou a comissão aos gritos de “fujão”, feitos pelos deputados da oposição.

BATE-BOCA

O deputado José Guimarães (PT-CE) disse que recebeu o ex-ministro da Economia Paulo Guedes com respeito. Não é fato. Guedes foi chamado de “tchutchuca” por Zeca Dirceu (PT-PR). Leia aqui o histórico de ministros que já foram ofendidos.

Haddad disse que os deputados precisam aprender um pouco das contas públicas brasileiras. Em 2022, o governo federal teve superavit primário, mas o ministro atribui o saldo positivo a “calotes”.

“O Bolsonaro deu um calote nos governadores, tomou o ICMS sobre os combustíveis com a promessa de pagar. Quem pagou foi o governo Lula em março de 2023: R$ 30 bilhões”, disse.

Ele classificou como “barbeiragem” a iniciativa, porque abaixou “artificialmente” os preços dos combustíveis em 2022.

“Onde estavam os senhores Nikolas e Jordy esse dia? Não estavam aqui votando? Onde estavam?”, disse. O deputado de Minas Gerais foi eleito em 2022 e não ocupava o cargo naquele ano. Haddad disse que houve também um calote de R$ 92 bilhões em precatórios, que foi pago pelo governo Lula.

O ministro declarou que o superavit foi possível com a venda da Eletrobras “na bacia das almas”. Disse que era uma das empresas mais importantes do Brasil. “Depenaram a Petrobras com a distribuição de dividendos que superou R$ 200 bilhões num único ano. Queridos amigos e amigas, assim qualquer um faz superavit primário, dando calote, vendendo patrimônio público, tomando dinheiro de governador”, disse.

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