O presidente municipal do PT em São Paulo, Laércio Ribeiro, disse que a eleição para a prefeitura da capital paulista será como um 3º turno da disputa entre Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Jair Bolsonaro (PL) no pleito presidencial de 2022.
A legenda apoia a candidatura do deputado federal Guilherme Boulos (Psol). “O Boulos tem a cara do Lula e a cara do PT”, afirmou Ribeiro em entrevista ao jornal Folha de S.Paulo publicada neste sábado (17.fev.2024). O congressista deve ter Marta Suplicy (PT) como sua vice. Segundo Ribeiro, a ex-prefeita ajuda a combater o “estereótipo do radicalismo” do deputado.
“A democracia estava em xeque [em 2022], não está mais, mas o jogo pela defesa da democracia ainda está [sendo] jogado”, disse Ribeiro. Ao falar sobre o partido ter abdicado de liderar uma chapa e apoiar Boulos, o dirigente declarou: “O PT não pode se dar o luxo de perder, e essa frente é fundamental para sairmos vitoriosos”.
E acrescentou: “Mais importante que o PT ampliar o número de prefeitos pelo país é essa frente que estamos construindo ter vitórias. Ganhando em São Paulo, o resultado no balanço dispara”.
Na disputa pela Prefeitura de São Paulo, Boulos deve ter como principais adversários o atual prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), aliado de Bolsonaro, e a deputada federal Tabata Amaral (PSB-SP). Ela tem o apoio de correligionários e figuras influentes na política paulista, como o vice-presidente e ministro da Indústria Geraldo Alckmin (PSB), que governou o Estado por 4 mandatos.
Nunes, segundo Ribeiro, “buscou o Bolsonaro o tempo inteiro e dialoga muito com o campo e as pautas bolsonaristas”. Mesmo que haja um distanciamento entre o prefeito e o ex-presidente, disse que o emedebista “não vai escapar” das consequências dessa ligação.
O presidente municipal do PT afirmou que Boulos vai apresentar “um programa estruturante” para São Paulo ao invés de “uma perfumaria”, como Nunes “tem feito” na cidade. “Qual a marca do Ricardo [Nunes]? Recapeamento? Absolutamente nenhuma”, declarou.
Sobre Tabata, Ribeiro afirma que a deputada ainda precisa dizer “a que veio”. Ele afirmou: “Há espaço na cidade e no país para um centro político, mas o centro não é o muro. E, hoje, enxergo a Tabata posicionada no muro. Precisa dizer a que veio para conseguir ganhar um espaço”.
O dirigente declarou que o desempenho do partido em 2024 “dará recados importantes para 2026”, quando o Brasil terá novas eleições presidenciais.