A Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo) anunciou nesta 3ª feira (18.mar.2025) eleição para presidente da entidade em 4 de agosto de 2025. O prazo para registro das chapas é 20 dias. Encerra-se em 7 de abril de 2025. O mandato do atual presidente, Josué Gomes da Silva, vai até 31 de dezembro. Ele disse em 2022, ao assumir o cargo, que não concorreria à reeleição.
Paulo Skaf, 69 anos, que foi presidente da Fiesp de 2004 a 2021, tem apoio para voltar ao cargo da quase totalidade dos sindicatos industriais com direito a voto na eleição da Fiesp. Os apoiadores de Skaf esperam o registro da chapa até 6ª feira (21.mar). Será preciso reunir toda a documentação dos 131 integrantes da chapa. O grupo afirma ter a adesão de vários dos integrantes da atual diretoria.
A Fiesp publicou o edital de aviso da eleição como anúncio no jornal O Estado de S.Paulo. Em teoria, é possível que outros candidatos registrem chapas. Mas é altamente improvável. As eleições na Fiesp costumam ser resultado de negociações prévias. A eleição é parte do ritual para acertar o que se torna consensual para os integrantes da entidade.
JANTAR NA CASA DE SKAF EM 2024
Os presidentes e alguns diretores de sindicatos que compõem o grupo jantaram na casa de Skaf no Morumbi, em São Paulo, em outubro de 2024. Entregaram um manifesto assinado pedindo que Skaf se candidate a voltar ao cargo de presidente. Ele topou.
Skaf manteve, depois de deixar a presidência da Fiesp, o costume de receber representantes de sindicatos de indústrias para jantares de final de ano. Normalmente os encontros eram em novembro. Em 2024, o jantar foi antecipado por causa das negociações para o retorno à presidência da entidade. Participaram 140 pessoas.
Houve tentativa de destituição de Josué em janeiro de 2023. Depois houve acordo para mantê-lo no cargo.
DIVERGÊNCIAS NA ELEIÇÃO DE 2022
Josué foi eleito presidente da Fiesp em julho de 2021 com apoio de Skaf. Tornou-se presidente em 2022. A relação do presidente da Fiesp com empresários industriais tornou-se arestosa durante os meses que antecederam a campanha eleitoral para presidente da República.
Representantes de sindicatos reprovaram o apoio de Josué a uma carta em defesa da democracia em julho de 2022. Interpretaram o apoio à carta como algo em defesa do então candidato Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e contrária ao então presidente Jair Bolsonaro (PL), que era candidato à reeleição. O pai de Josué, José Alencar (1931-2011), foi vice-presidente de 2003 a 2010 (então pelo PRB), quando Lula foi presidente.
As divergências de parte dos representantes de sindicatos com Josué cresceram depois porque avaliaram que havia redução da participação deles na Fiesp.