Oposição critica representação brasileira na posse de Maduro

Políticos de oposição ao governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT) criticaram nas redes sociais o envio de um representante brasileiro para a posse do presidente da Venezuela, Nicolás Maduro (Partido Socialista Unido da Venezuela, esquerda), marcada para 10 de janeiro.

Rogério Marinho (PL-RN), líder da oposição no Senado, compartilhou a notícia e escreveu: “Para a surpresa de zero pessoas, o governo do PT apoia e legitima o golpe contra a democracia na Venezuela. Isso tem método. Parafraseando Lula: ‘Maduro criou a própria narrativa”.

O deputado Mendonça Filho (União Brasil-PE) classificou a decisão do governo como “mais um erro” da política externa do Brasil. “Uma ditadura sanguinária como a da Venezuela não merece representação do Brasil na posse de Maduro. A reeleição de Maduro foi fraudada e corrompida por um regime ditatorial que levou a Venezuela ao caos social”, escreveu no X (ex-Twitter).

Segundo apurou o Poder360, caso o país vizinho decida realizar uma cerimônia aberta com a presença de chefes de Estado, o Brasil será representado pela embaixadora em Caracas, Glivânia Maria de Oliveira.

O CNE (Conselho Nacional Eleitoral), alinhado ao governo chavista, declarou a vitória de Maduro nas eleições de 28 de julho. A oposição alega que houve fraude eleitoral e diz que o vencedor foi Edmundo González Urrutia (Plataforma Unitária Democrática, centro-direita).

Aliados há décadas, Lula ainda não reconheceu a vitória do esquerdista como presidente da Venezuela. Em entrevista à Rádio T, de Curitiba (PR), em 15 de agosto de 2024, o petista disse que o venezuelano ainda deve uma “explicação para a sociedade brasileira e para o mundo”.

Em 28 de dezembro do ano passado, associações e grupos com orientação de esquerda enviaram uma carta ao presidente Lula pedindo que ele reconheça a vitória de Maduro.

A carta é endereçada só ao presidente da República e ao seu assessor especial Celso Amorim, que é, na prática, quem define a política diplomática externa do Brasil. Os signatários ignoram o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira.

As tensões entre os países aumentaram depois de a entrada da Venezuela no Brics ser vetada pelo Brasil. Caracas considerou o veto uma “agressão” e o Ministério das Relações Exteriores disse que o governo Lula manteve “o pior” do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

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