Governo demite investigado na “Abin Paralela” por abandono de cargo

O governo federal divulgou no Diário Oficial da União desta 6ª feira (20.dez.2024) a exoneração (demissão) de Thiago Gomes Quinália, agente da Abin (Agência Brasileira de Inteligência), que é investigado pela PF (Polícia Federal).

Quinália é acusado de integrar o esquema da chamada “Abin Paralela”, um grupo suspeito de usar a estrutura da agência para espionar adversários políticos durante a gestão de Alexandre Ramagem (PL), diretor do órgão no governo de Jair Bolsonaro (PL).

O agora ex-agente da Abin foi designado em 2022 como assistente de adido na França, tornando-se alvo da operação Vigilância Aproximada em janeiro. Um mandado de busca e apreensão contra ele ficou comprometido, já que estava fora do país. A direção da Abin exigiu seu retorno imediato ao Brasil, mas a ordem não foi cumprida.

Um procedimento administrativo disciplinar foi aberto pela corregedoria da Abin para investigar Thiago Gomes Quinália. Conforme o jornal Folha de S.Paulo, ele se defendeu via e-mail, alegando ser “vítima de perseguição”. As investigações sugerem que ele teria tentado associar autoridades públicas a organizações criminosas.

Em 29 janeiro, Quinália foi alvo de um mandado de busca e apreensão da PF. A mesma operação também investigou o vereador do Rio de Janeiro Carlos Bolsonaro (PL), filho de Bolsonaro.

Ao menos 10 dias depois, a direção da Abin decidiu retirá-lo da função e determinar o seu retorno ao Brasil. O agente não se apresentou na data prevista. A agência, portanto, comunicou os investigadores sobre o sumiço do oficial.

A nomeação para o cargo de assistente de adido na França se deu antes das últimas operações da PF. Contudo, para investigadores da corporação, a direção já tinha conhecimento da proximidade do oficial de inteligência com o núcleo duro da “Abin Paralela”.

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