O ex-presidente José Sarney (MDB), de 94 anos, afirmou que apoiará uma eventual tentativa de reeleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em 2026 e defendeu que o seu partido, o MDB (Movimento Democrático Brasileiro), faça o mesmo.
“Sou amigo pessoal do Lula, gosto muito dele. De maneira que, se o Lula for candidato, sou da opinião que nós devemos apoiar o Lula”, disse em entrevista ao jornal O Estado de S.Paulo.
Sarney avaliou que Lula está “fazendo um bom governo, como sempre fez em outros mandatos”. Ele afirmou que o petista representa a “visão da população”, por vir da “classe trabalhadora”.
“Ele foi o homem que estendeu a participação de todas as classes no governo. Se não fosse a democracia, o Lula não seria candidato a presidente. Mas com a democracia, fomos capazes de chegar a ter um presidente recrutado na área dos trabalhadores do país”, disse.
A declaração foi dada ao ser mencionado durante a entrevista o cenário eleitoral de São Paulo, onde o prefeito reeleito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB) foi apoiado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e pelo governador do Estado, Tarcísio de Freitas (Republicanos).
“O MDB tem 3 ministérios robustos entre as 37 pastas importantes: Planejamento, pasta central da Economia, com Simone Tebet; Cidades, de diálogo constante com municípios, com Jader Filho; e Transporte, com grande orçamento e diálogo constante com os Estados, com Renan Filho. Mas acontece que não há um apoio formal. Todo ele é informal. Quero dizer que não é uma decisão que o partido tenha formalmente tomado. Foram escolhas que resultaram de um diálogo constante porque nós estamos ainda numa fase de apoio entre os partidos”, disse Sarney.
Perguntado sobre um possível apoio à candidatura de Pablo Marçal (PRTB), em 2026, que também se candidatou a prefeito de São Paulo neste ano, Sarney disse que já está na fase de “estar olhando as coisas com uma certa isenção, de longe”.
Sarney defendeu também a importância da democracia para a 1ª eleição de Lula, em 2002, e mencionou a relevância do MDB para o cenário político brasileiro. Segundo ele, o partido teve uma “luta histórica pela volta do regime democrático”.
“O que eu posso dizer é que muitos partidos desapareceram e o MDB está firme e forte. Um virou uma coisa, outro virou outra coisa. Mas o MDB tem raízes históricas.”
