O prefeito reeleito de Porto Alegre, Sebastião Melo (MDB), disse neste domingo (27.out.2024) que os gaúchos tentaram crucificá-lo pelas enchentes que atingiram o Rio Grande do Sul em maio –mas que, no fim, seus últimos 4 anos de governo tiveram uma avaliação positiva dos eleitores.
“Tentaram crucificar o Melo nas enchentes, e o povo respondeu com mais de 60% [dos votos] que julgou o Melo das enchentes, mas também o mesmo dos 4 anos de governo”, declarou em discurso após o resultado.
O emedebista recebeu 61,53% dos votos válidos (excluindo-se brancos e nulos), contra 38,47% de Maria do Rosário (PT). Melo havia ficado em 1º lugar no 1º turno, com 49,72% dos votos válidos, e ficou próximo de ser reeleito em 6 de outubro. Já a deputada federal teve 26,28%. Desde 1996, em 299 disputas de 2º turno, só houve virada em 74.
O resultado foi uma vitória para o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que apoiou Melo, inclusive com indicação da vice Betina Worm (PL). Apesar de não ter participado presencialmente da campanha, a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro, presidente do PL Mulher, foi até a capital gaúcha em ato de campanha para o 2º turno.
Em seu discurso, Melo agradeceu a sigla de Bolsonaro pela coligação que comandará Porto Alegre pelos próximos 4 anos, mas disse que a eleição não teve influência da disputa nacional entre Bolsonaro e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que apoiou Maria do Rosário sem subir em seu palanque.
“Eu penso que a nossa campanha acertou muito, porque a gente municipalizou, que é o que deve ser feito. Nós não somos candidatos ao governo do Estado ou à Presidência da República”, disse.
QUEM É SEBASTIÃO MELO
Sebastião Melo é natural de Piracanjuba (GO). Tem 66 anos. É filiado ao MDB. É graduado em direito pela Unisinos (Universidade do Vale do Rio dos Sinos). Declarou R$ 760.557,72 em bens à Justiça Eleitoral.
Foi vereador da capital gaúcha de 2001 a 2012. Depois, vice-prefeito da cidade de 2013 a 2016, durante a gestão de José Fortunati (eleito pelo PDT). Em 2018, foi eleito deputado estadual no Rio Grande do Sul, cargo que exerceu até 2021.
Em 2020, foi eleito prefeito de Porto Alegre, depois de uma eleição apertada contra Manuela d’Ávila (PC do B). Teve o apoio de Bolsonaro. Sua gestão enfrentou críticas, especialmente pela resposta considerada insuficiente diante das cheias que atingiram a capital e o Estado em maio. Saiba mais nesta reportagem.