O PL montou uma operação para tentar convencer o ex-presidente Jair Bolsonaro a não se engajar na campanha da jornalista Cristina Graeml (PMN) à prefeitura de Curitiba, no Paraná.
A candidata disputa o segundo turno com Eduardo Pimentel (PSD), que tem o ex-deputado federal Paulo Martins (PL) como vice.
O escalado para evitar que o ex-presidente se torne um cabo eleitoral da adversária do partido foi o senador Rogério Marinho (PL-RN), secretário-geral da legenda.
Segundo apurou a CNN, Bolsonaro estava disposto a ir a Curitiba declarar apoio à jornalista e gravar vídeos para ela nesta reta final.
De acordo com interlocutores do partido, Marinho teria conseguido convencer Bolsonaro a ir a Curitiba.
Um dos argumentos apresentados ao ex-presidente é que o governador Ratinho Júnior (PSD), fiador da candidatura de Pimentel, foi um aliado importante nos últimos anos e não é Gilberto Kassab, presidente da sigla, que tem capitaneado a disputa.
Bolsonaro, porém, resiste à candidatura do candidato do PSD. O ex-presidente, em conversas reservadas, afirma que o PL não deve se coligar com o PSD a partir de 2026.
Além disso, Bolsonaro tem resistência ao atual prefeito Rafael Greca (PSD) por críticas ao governo do ex-presidente pela condução da pandemia da Covid-19.
Em entrevista à CNN, o presidente nacional do PL, Valdemar Costa Neto, disse que o partido não irá abrir mão de votos para 2026, mas que Kassab “não apoia pautas de direita”.
Em Curitiba, segundo a última pesquisa Datafolha, Pimentel e Graeml estão tecnicamente empatados na reta final do segundo turno.
Como mostrou a CNN, Bolsonaro avaliava mergulhar na campanha de Graeml neste segundo turno mesmo contra a chapa que o PL tem a vice.
A chegada de Graeml ao segundo turno contra Pimentel é atribuída justamente à sinalização de Bolsonaro a ela.
Na última semana de campanha, Bolsonaro autorizou Graeml usar a imagem dele na disputa. Depois, chegou a gravar um vídeo dizendo que tem uma “tremenda consideração” pela candidata.
“Eu não abro voto por você, você sabe o porquê. Você sabe que tenho uma tremenda consideração. Torço por você e ponto final”, disse o ex-presidente em chamada de vídeo.
Graeml, que iniciou a disputa em quinto lugar nas pesquisas, acabou indo ao segundo turno com 31,17% dos votos válidos, pouco atrás de Pimentel obteve 33,51% dos votos válidos.
O movimento pró-Graeml, porém, vai além de uma afinidade pessoal de Bolsonaro e faz parte da ofensiva de lideranças de direita contra o PSD, do governador Ratinho Junior, do atual prefeito Rafael Greca e de Gilberto Kassab, presidente nacional da sigla.
Este conteúdo foi originalmente publicado em PL tenta convencer Bolsonaro a não apoiar Cristina Graeml em Curitiba no site CNN Brasil.