O pastor Silas Malafaia disse não ter a intenção de se candidatar nas eleições de 2026. A declaração foi dada depois que as críticas feitas por ele ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) acenderam dúvidas sobre uma possível intenção de candidatura.
“Não quero cargo público algum. As pessoas tentam deduzir nossa intenção pelo que elas próprias fariam. Não sou de partido político nenhum. Não sou nem serei candidato a nada. A chance é zero”, disse em entrevista ao Metrópoles publicada nesta 4ª feira (9.out.2024).
Malafaia, em entrevista à Folha de S.Paulo, afirmou estar decepcionado com Bolsonaro. O líder da ADVEC (Assembleia de Deus Vitória em Cristo) é um dos maiores apoiadores do ex-chefe do Executivo e já custeou, em 2024, ao menos 2 atos para ele na avenida Paulista, em São Paulo.
Malafaia declarou que o ex-presidente deu a entender que “não é confiável” por causa de alguns posicionamentos e apoios a políticos nas eleições municipais deste ano. O pastor disse que Bolsonaro, por exemplo, se omitiu no pleito da cidade de São Paulo por medo. “Que porcaria de líder é esse?”, questionou.
Segundo o pastor, o ex-presidente foi “covarde” e “omisso” para ficar “bem” com os seguidores e por “medo” de Pablo Marçal (PRTB), candidato à Prefeitura de São Paulo, ganhar e ele ser “derrotado”. O PL, partido de Bolsonaro, apoia o prefeito Ricardo Nunes (MDB), que disputará o 2º turno com Guilherme Boulos (Psol).
Malafaia disse ainda ter enviado “mais de 30” mensagens de WhatsApp para Bolsonaro. “Mais de 30! E não era zap de brinquedo, não”, declarou. Ele disse que Bolsonaro nunca respondeu. “Ele tem o direito de errar. Mas foi uma decepção, de qualquer forma”, afirmou.
Em resposta, Bolsonaro afirmou que Malafaia “ligou a metralhadora”, mas que essa atitude passará. “Eu amo o Malafaia. Ninguém critica mulher feia”, declarou.
Sobre a réplica do ex-presidente, o pastor disse: “Avisei a Bolsonaro e filhos várias vezes que estavam sendo covardes e omissos. Então ele já sabia o que eu pensava. Eu tenho moral para falar. Continuo apoiando Bolsonaro pela história”.