O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) afirmou que a negociação acerca da eleição de Davi Alcolumbre (União Brasil-AP) para a Presidência do Senado está levando em conta a votação da anistia aos presos do 8 de Janeiro. Na data, em 2023, bolsonaristas radicais invadiram e depredaram os prédios dos Três Poderes em protesto à vitória do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
“O caminho é seguir com ele [Davi Alcolumbre], porque ele está tratando dessa forma: vai respeitar a proporcionalidade e entende a importância da anistia”, declarou o senador ao jornal O Globo. Segundo ele, a maior parte do bloco bolsonarista já está fechada com Alcolumbre.
No entanto, o congressista negou que Alcolumbre se comprometeu a avançar o pedido de impeachment do ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal). O magistrado é alvo da oposição e algoz do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), pai de Flávio.
“Davi não fala nem que sim, nem que não sobre o impeachment [de Moraes]. Ele fala: ‘o presidente não sou eu, então, não vou me posicionar agora’. Acho difícil ele fazer”, disse o senador.
Na avaliação dele, não vale a pena escolher um candidato da direita para concorrer contra Alcolumbre. Além disso, os demais pré-candidatos, como a senadora Soraya Thronicke (Podemos-MS), não tem o apoio amplo da oposição do governo Lula.
A eleição da Câmara e do Senado deve ser realizada em 3 de fevereiro de 2025, durante a abertura dos trabalhos legislativos. Hoje, com o apoio de grande parte da oposição e do centro, Alcolumbre está à frente da disputa.
ANISTIA DO 8 DE JANEIRO
No momento, o PL (projeto de lei) busca anistia para os presos durante as invasões às sedes dos Três Poderes, em 8 de janeiro de 2023, está tramitando na CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) da Câmara dos Deputado.
O texto deve ser votado ainda nesta 4ª feira (11.set.2024). No entanto, o Poder360 apurou que congressistas aliados do governo Lula devem pedir vista (mais tempo para análise).
O PL da anistia é uma das prioridades da oposição ao governo, que busca se desfazer da imagem de tentativa de golpe no 8 de Janeiro atribuída ao ex-presidente Jair Bolsonaro.
A votação estava marcada para 3ª feira (10.set), mas foi adiada por falta de tempo. Na sessão, a base governista usou manobras para atrasar a votação.
Se o projeto de lei for aprovado na CCJ da Câmara, o texto segue para votação no plenário da Casa Baixa. Depois, é votado é analisado por comissões e pelo plenário do Senado Federal.
A proposta só passa a valer depois de sanção do presidente Lula, que ainda poderá vetar trechos do texto.