Sem citá-lo nominalmente, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) criticou nesta 6ª feira (30.ago.2024) o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) por não ter concluído obras de abastecimento hídrico para municípios da Paraíba.
“Eu fico muito triste quando a gente começa a fazer uma obra e ela fica paralisada. Essa água do Nordeste, eu imaginava que em 2012 a gente teria resolvido tudo. Não resolveu. Depois, fizeram o impeachment da Dilma, aí quase tudo parou neste país”, declarou, em anúncio de investimentos do governo federal para o Estado.
Mais cedo, na entrega do canal Acauã-Araçagi, que levará água para 39 municípios paraibanos, o petista afirmou que a obra começou ainda no governo de Dilma Rousseff (PT), e que a gestão anterior não concluiu.
“Nós começamos isso aqui muito tempo atrás. A companheira Dilma foi a responsável por 73% dessa obra. Vocês sabem que o outro presidente, que eu não vou dizer o nome, veio aqui inaugurar uma obra sem água e nós viemos aqui para dizer que só tem sentido fazer um canal se ele tiver água”, disse.
Ainda na linha de críticas indiretas a Bolsonaro, Lula questionou a entrega de programas como o Casa Verde e Amarela, versão do governo anterior para o atual Minha Casa, Minha Vida.
“Cadê a Casa Verde e Amarela que prometeram para vocês? Cade o emprego da carteira profissional verde e amarela que prometeram para vocês? Cade o combate à corrupção que disseram que iam fazer? Cadê?”, declarou.
O petista fez menção ainda à pandemia da covid-19 e culpou Bolsonaro por metade das mortes causadas pela doença. Para ele, ao menos 400 mil pessoas poderiam ter sobrevivido caso a crise tivesse sido manejada de forma diferente.
“Um governo que teve a desfaçatez de permitir que quase 750 mil pessoas morressem pela covid-19, dos quais metade é da responsabilidade deles porque não cuidaram do povo como deveria cuidar, e receitaram um remédio que não valia nada”, afirmou.
E continuou: “Um presidente da República não tem que entender de doença. Ele tem que entender de bom senso. Se ele tivesse montado um gabinete de crise, chamado os médicos brasileiros para ajudar, possivelmente a gente tivesse salvado 400 mil pessoas daqueles que morreram”.
Esta reportagem foi produzida pela estagiária de jornalismo Evellyn Paola sob a supervisão do editor Victor Schneider.