A oposição ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) criticou a decisão do ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), de proibir Filipe Martins de dar entrevista à Folha de S.Paulo. O ex-assessor do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) havia sido preso em 8 de fevereiro na operação Tempus Veritatis.
O jornal chamou a deliberação de “censura”. Segundo a Folha, o pedido de entrevista foi feito em 18 de julho. Em 22 de agosto, Moraes negou o requerimento.
O ministro justificou a negativa afirmando que a entrevista de Martins violaria a proibição de comunicação com os outros investigados, uma das condições para a soltura do ex-assessor. Além disso, ele declarou, de acordo com o jornal, que a realização da entrevista não seria conveniente para a investigação em andamento.
Bolsonaro compartilhou em seu perfil no X (ex-Twitter) a reportagem do jornal sobre a proibição e afirmou: “Todo dia um. Isso é democracia?”.
O deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) também saiu em defesa de Martins. Ele disse que Moraes tenta calar o ex-assessor “a todo custo” para que ele não conte à imprensa os “abusos” que sofreu durante o período em que ficou preso.
O ministro do STF concedeu em 9 de agosto a liberdade provisória a Martins. A prisão foi autorizada sob o argumento da PF (Polícia Federal) de que ele estaria foragido e havia risco de fugir do país.
Na decisão, Moraes determinou que Filipe Martins:
- use tornozeleira eletrônica;
- se apresente à Justiça do Paraná semanalmente;
- não se ausente Brasil e entregue seus passaportes;
- não use as redes sociais, sob multa diária de R$ 20.000;
- não se comunique com nenhum dos investigados, inclusive, Jair Bolsonaro.