O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) sugeriu nesta 5ª feira (25.jul.2024) que o governo e o STF (Supremo Tribunal Federal) querem “facilitar” sua execução. Afirmou que medidas de segurança foram enfraquecidas por decisões do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e por integrantes da sua equipe serem alvos de medidas cautelares.
Em ato com apoiadores em Caxias do Sul (RS), Bolsonaro afirmou ainda que Lula “pessoalmente” vetou o uso de 2 carros à prova de balas. Também citou a defasagem na sua equipe de segurança, já que alguns integrantes foram alvos em diferentes operações da PF (Polícia Federal). São eles:
- Sérgio Cordeiro (caso da falsificação de cartões de vacinação);
- Max Guilherme (caso de falsificação de cartões de vacinação);
- Marcelo Camara (suposta tentativa de golpe de Estado); e
- Osmar Crivelati (caso das joias sauditas).
Além deles, o ex-presidente citou o fato de que seu filho 02, Carlos Bolsonaro (PL), vereador no Rio, teve a renovação o porte de arma negado pela PF.
“Pela presidência, tinha direito a 2 carros. Lula pessoalmente me tirou os 2 carros blindados. Tenho direito a 8 funcionários […] por medidas cautelares, me tiraram os 4 que trabalhavam na minha segurança […] Eles querem facilitar. Eles não querem mais me prender, querem que eu seja executado”, disse.
Bolsonaro mencionou o atentado sofrido pelo ex-presidente dos Estados Unidos Donald Trump –seu aliado– e disse que o Brasil é “espelho” do país. Também afirmou acreditar que o republicano será eleito nas eleições neste ano.
“Tem uma coisa, o que acontece nos EUA nos últimos anos, como um espelho, vem acontecendo no Brasil. Eu acredito na eleição de Donald Trump em novembro no corrente ano”, declarou.
Assista (2min25s):
BOLSONARO RECUA
Depois da repercussão, o ex-presidente disse que não se referiu ao STF e que “bate” em Lula. Deu a declaração ao Metrópoles.
AO QUE UM EX-PRESIDENTE TEM DIREITO?
Pela atual legislação, encerrado o mandato de um presidente, ele ainda tem direito a mecanismos de segurança e assessoramento pagos pela Casa Civil da Presidência da República.
São eles:
- 4 servidores para segurança;
- 2 carros oficiais e 2 motoristas; e
- 2 servidores para assessoramento.
Ao todo, o Estado poderá pagar por até 8 funcionários por ex-presidente, que podem ser escolhidos por cada um deles. Não há especificações sobre o carro ser blindado na legislação.
O OUTRO LADO
O Poder360 procurou a Secom (Secretaria de Comunicação Social da Presidência) e o STF a respeito das declarações. O Supremo disse, por meio da assessoria, não ter localizado menção “ao STF, ou a ministro do STF, na citada fala do ex-presidente”.
A Secom não respondeu até a publicação desta reportagem. O espaço segue aberto para a manifestação.