O deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ) chegou nesta quarta-feira (17) à sede da Polícia Federal, no Rio de Janeiro, para prestar seu primeiro depoimento no âmbito da investigação da chamada “Abin paralela”.
Ramagem é investigado por supostamente ter usado a Agência Brasileira de Inteligência (Abin), da qual era diretor durante a gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), para espionagem ilegal de desafetos do governo – acusação integralmente negada pelo parlamentar.
Entre os monitorados, havia outros parlamentares, servidores públicos federais, advogados, ministros do Supremo Tribunal Federal e jornalistas.
Segundo apuração da CNN, os investigadores irão questionar Ramagem sobre o áudio gravado durante reunião com Bolsonaro, o general Augusto Heleno e duas advogadas do senador Flávio Bolsonaro, encontrado no computador do deputado.
A PF também deseja obter mais informações sobre o encontro de Ramagem com o delegado Luiz Fernando Corrêa, diretor da Abin desde junho do ano passado.
A investigação busca esclarecer, ainda, uma possível ligação do parlamentar com os cinco homens presos na semana passada após novo desdobramento da operação Última Milha, suspeitos de terem atuado no chamado “gabinete do ódio” durante a gestão de Bolsonaro.
Negociação de delação
Conforme noticiado pela CNN em junho, além dos questionamentos, a Polícia Federal também considera a possibilidade de negociar três delações premiadas. No momento, a ideia segue em discussão interna com os possíveis colaboradores.
No decorrer desta semana, outras testemunhas e servidores da Abin também devem ser ouvidos.
* Com informações de Elijonas Maia
Este conteúdo foi originalmente publicado em Ramagem chega à PF no Rio para primeiro depoimento sobre “Abin paralela” no site CNN Brasil.