O deputado Luiz Philippe de Orleans e Bragança (PL-SP) disse ao Poder360 que os congressistas do PL querem lançar um candidato próprio na eleição para a presidência da Câmara, que será realizada em fevereiro de 2025.
Segundo o deputado, os aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) pretendem mostrar a força do partido, que tem a maior composição da Casa, com 95 deputados. Isso poderia ser usado, inclusive, para barganhar a posição na 1ª vice-presidência da próxima Mesa Diretora.
“Eu quero um candidato próprio, os deputados querem um candidato próprio. O PL está com uma insatisfação muito grande dos deputados, de a gente ter feito muitos acordos, é unânime”, afirmou o deputado.
“Vamos lançar e fazer um processo seletivo interno sobre o candidato próprio. Tem, no mínimo, 4 ou 5 pré-candidatos, e não necessariamente tem que ser do PL”, completou.
Bolsonaro não tem falado abertamente sobre a posição do PL nas eleições para a Câmara e Senado. O presidente do partido, Valdemar Costa Neto, afirmou na 3ª feira (9.jul), na festa do PSD, que “conversa até com o PT” para conseguir uma posição de destaque na próxima Mesa Diretora da Câmara.
O cacique disse que não pretende cometer o mesmo erro de 2 anos atrás, quando lançou Rogério Marinho (PL-RN) como candidato à presidência do Senado, apesar do favoritismo da reeleição de Rodrigo Pacheco (PSD-MG), que acabou se confirmando.
Na Câmara, no entanto, a situação é mais confortável para o PL, em razão de ter a maior bancada. Por isso, Orleans e Bragança e outros deputados entendem que é necessário união para conseguir mostrar força.
“A gente está com o maior partido, tem gente qualificada dentro, por que vamos apoiar um desqualificado de fora? A não ser que o cara, de fato, brilhe muito mais e tenha algo para entregar, mas caso contrário temos mais de 90 deputados, com juristas incríveis entre eles”, declarou.
Para o deputado, a disputa vai depender da preferência do Centrão por um nome que consiga dialogar com o governo e com a posição.
O Poder360 apurou que os principais candidatos consideram dar prioridade ao PL para a 1ª vice-presidência, caso tenham o apoio do partido. Orleans e Bragança não descartou a possibilidade.
“Isso pode ser negociado mais tarde, mas à priori a gente tem que lançar um candidato nosso, até para ver a abrangência com os demais deputados. É provável que esse candidato tenha 140 votos, no melhor dos casos. Os outros que negociem os quase 400 votos e fiquem brincando com isso. O nosso partido tem que ter brio e união, caso contrário vira um outro partido do Centrão”, declarou.