Moraes manda soltar Marcelo Câmara, ex-assessor de Bolsonaro

O ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), concedeu liberdade provisória na noite de 5ª feira (16.mai.2024) ao coronel do Exército Marcelo Câmara, ex-assessor de Jair Bolsonaro (PL).

Câmara havia sido preso em 8 de fevereiro na operação Tempus Veritatis, que investiga um grupo suspeito de organizar um plano de golpe de Estado para manter Bolsonaro na Presidência da República.

Na decisão, Moraes determinou diversas medidas cautelares contra Câmara. Ele deverá usar tornozeleira eletrônica, não poderá deixar Brasília e terá que se apresentar à Justiça semanalmente.

MONITORAMENTO DE MORAES

Câmara é suspeito de monitorar Moraes e repassar as informações ao chamado “gabinete do ódio”. Em trechos de conversas obtidas pelo inquérito da PF, há uma troca de mensagens entre o coronel da reserva e o ex-ajudante de ordens Mauro Cid.

A PF anexou, em seu relatório enviado ao Supremo, a seguinte troca de mensagens:

15 de dezembro de 2022

  • Marcelo Câmara: “trabalhando”;
  • Mauro Cid: “Algo?”.

16 de dezembro de 2022

  • Marcelo Câmara: “Viajou para São Paulo hoje (15/ 12), retorna na manhã de segunda-feira e viaja novamente pra SP no mesmo dia. Por enquanto só retorna a Brasília pra posse do ladrão. Qualquer mudança que saiba lhe informo”.

Em 21 e 24 de dezembro, Mauro Cid questionou “por onde anda a professora?”, ao que Câmara responde: “Volta no dia 31 a noite para posse”. Na sequência, Cid pergunta: “Na capital ou no interior?”. Câmara responde: “Na residência em SP – eu não sei onde fica”.

Segundo a PF, as movimentações relatadas nas mensagens coincidem com as realizadas por Moraes, cuja identidade estava oculta sob o codinome de “professora”.

O fato de grupo ter vigiado os passos de Moraes demonstra a intenção de perpetuar um golpe de Estado e prender o então ministro e presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), conforme a corporação.

Segundo Kuntz, por Moraes ter sido supostamente monitorado por Câmara, o ministro do STF deveria se declarar impedido no caso.

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