Julgamento de Bolsonaro por uso eleitoral do 7 de Setembro é retomado nesta terça no TSE

O TSE (Tribunal Superior Eleitoral) retoma, nesta terça-feira (31), o julgamento de duas ações e uma representação contra a chapa do ex-presidente Jair Bolsonaro, nas eleições de 2022. O julgamento – que deve iniciar às 19h – analisa a conduta do ex-presidente nas comemorações do Bicentenário da Independência do Brasil, realizadas em Brasília (DF) e no Rio de Janeiro (RJ), em 7 de setembro do ano passado.

Ministros analisam se o ex-presidente Jair Bolsonaro praticou abuso de poder político nas comemorações de 7 de Setembro de 2022  – Foto: Wilton Junior/Estadão/ND

Os ministros julgam se Jair Bolsonaro e Braga Netto praticaram abuso de poder político, uso indevido dos meios de comunicação e conduta vedada nas comemorações.

O julgamento das ações começou na última terça-feira (24). Na ocasião, o Benedito Gonçalves fez a leitura do relatório conjunto. Durante a sessão a PGE (Procuradoria-Geral Eleitoral) opinou pela inelegibilidade apenas de Bolsonaro e pela aplicação de multa por conta do uso de bens e de pessoal da Administração Pública durante os eventos.

A sessão foi suspensa na quinta-feira (26),  após os votos de três ministros: Benedito Gonçalves,  Raul Araújo e Floriano de Azevedo Marques. Na semana passada o julgamento encerrou com placar de 2 a 1,  para condenar o ex-presidente.

Nesta terça-feira votam os ministro Ramos Tavares,  Cármen Lúcia (vice-presidente do Tribunal), Nunes Marques e, por último, Alexandre de Moraes (presidente da Corte).

Como votaram os ministros até o momento

De acordo com O TSE, o ministro Benedito Gonçalves, corregedor-geral da Justiça Eleitoral e relator das ações, votou pela condenação de Jair Bolsonaro à inelegibilidade por 8 anos. Ainda pela aplicação de multa no valor de R$ 425,6 mil.

O ministro foi contra condenar Braga Netto à inelegibilidade. Gonçalves entendeu que a participação dele nos atos não teve gravidade que levasse à punição, mas votou para aplicar uma multa de R$ 212,8 mil ao candidato a vice.

Já o ministros Raul Araújo  votou pela improcedência dos pedidos. O ministro Floriano de Azevedo Marques seguiu o relator, contudo votou para deixar Braga Netto também inelegibilidade, além de manter as multas aos candidatos por conta por campanha eleitoral com recursos públicos no 7 de Setembro do ano passado.

As ações pedem a inelegibilidade de Bolsonaro e Braga Netto

As ações de Investigação Judicial Eleitoral em que Bolsonaro e Braga Netto são julgados, foram apresentadas pelo PDT (Partido Democrático Trabalhista) e por Soraya Thronicke, candidata à Presidência no pleito de 2022.

As ações apontam que nas comemorações de 7 de Setembro, a chapa de Bolsonaro usou de forma ilegal bens materiais, imateriais e de servidores da União, caracterizando desvio de finalidade eleitoreiro.

Nas ações é pedido a inelegibilidade de Bolsonaro e Braga Netto, e a representação especial pede a condenação de ambos ao pagamento de multa.

Bolsonaro se tornou inelegível

Em outra decisão da Corte, o ex-presidente já foi condenado por abuso de poder político e uso indevido dos meios de comunicação. Na outra ação julgada pelos ministros, Bolsonaro se tornou inelegível por 8 anos, até 2030.

Se for condenado novamente no julgamento desta terça-feira, as penas de inelegibilidade de Bolsonaro não serão somadas, conforme informou o TSE.

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