Preso desde 8 de fevereiro, o ex-assessor de assuntos internacionais de Jair Bolsonaro decidiu mudar a estratégia de defesa do seu caso em que é investigado como partícipe de um plano de golpe no Brasil.
Filipe Martins contratou o desembargador aposentado do Tribunal de Justiça do Distrito Federal (TJDFT) Sebastião Coelho para reforçar seu time de advogados e trabalhar em outras frentes de defesa: dar aporte político e transitar nos bastidores.
O desembargador aposentado é advogado de réus no caso do 8 de janeiro e renunciou, em 2022, da vice-presidência do Tribunal Regional Eleitoral do Distrito Federal em protesto a posse de Alexandre de Moraes como presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Martins é apontado pela Polícia Federal como quem faria parte do “núcleo jurídico” do golpe, criando e revisando minutas para reverter o resultado das eleições presidenciais de 2022, em que Bolsonaro perdeu.
A PF também aponta, no pedido que o levou à prisão, que o ex-assessor saiu do Brasil na comitiva presidencial aos Estados Unidos e não teria retornado.
Martins nega todas as suspeitas e que tenha viajado aos EUA. Sustenta, ainda, que no período mencionado estava de mudança de Brasília para Curitiba (PR), para onde voltou após o trabalho na Presidência.
Os pedidos, porém, não foram aceitos e por isso a equipe muda de foco. Ricardo Scheiffer, João Vinícius Manssur e William Iliadis Janssen continuam na parte técnica, mas decidiram partir para uma abordagem diferente com a chegada do desembargador.
Segundo os defensores, a parte jurídica ‘se esgotou’, com a juntada de provas. O desembargador Sebastião Coelho entra no caso com mudança de postura e abordará questões políticas e atuará nos bastidores.
“Queremos causar movimentação no processo sem perder a qualidade técnica”, dizem os defensores, que devem entrar com novo pedido de liberdade.
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