O deputado federal Carlos Jordy (PL-RJ) disse que havia um “surubão judicial” após a prisão do ex-presidente Fernando Collor de Melo, 75 anos, nesta 6ª feira (25.abr.2025). O ex-chefe de Estado responde pelos crimes de corrupção passiva, lavagem de dinheiro e associação criminosa.
O congressista afirmou que o STF (Supremo Tribunal Federal) teria “livrado petistas” da investigação e mirado em Collor, por ser apoiador do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). “Matou a Lava Jato”, afirmou.
CONDENAÇÃO
Fernando Collor foi condenado em 2023 por corrupção em um processo que derivou da operação Lava Jato. Ele foi denunciado em 2015 pela PGR (Procuradoria Geral da República) ao STF, que iniciou uma ação penal contra o então senador por Alagoas. Collor deixou o Congresso em 2022, quando não foi eleito.
A prisão se dá 33 anos depois de o ex-chefe do Executivo ter sofrido um processo de impeachment por um esquema de tráfico de influência durante o seu governo, e de corrupção em reformas na casa da família em Brasília.
A denúncia acusava Collor de ter recebido uma propina de R$ 20 milhões para favorecer a UTC Engenharia em contratos com a BR Distribuidora (hoje Vibra Energia), subsidiária da Petrobras. Além disso, o ex-presidente teria influenciado as indicações à diretoria da distribuidora de combustíveis. Os pagamentos foram feitos de 2010 a 2014.
Nesta 6ª feira, o ex-presidente foi preso em Maceió (AL) após decisão do ministro do STF Alexandre de Moraes.
Os advogados de Collor afirmaram que ele foi preso por volta das 4h da manhã, horas após a ordem de Moraes. Ele se dirigia para Brasília para se apresentar à Justiça de forma espontânea no momento da prisão.
“A defesa da ex-presidente da República Fernando Collor de Mello confirma sua prisão hoje, 25 de abril, em Maceió, às 4 horas da manhã, quando estava se deslocando para Brasília para cumprimento espontâneo da decisão do Ministro Alexandre de Moraes. O ex-presidente Fernando Collor de Mello encontra-se custodiado, no momento, na Superintendência da Polícia Federal na capital alagoana. São estas as informações que temos até o momento”, disse o advogado Marcelo Bessa ao O Globo.
No despacho em que determinou a prisão de Collor, Moraes também rejeitou o último recurso apresentado pela defesa do ex-presidente, que buscava reduzir a pena com base na divergência entre os votos dos ministros da Corte. Leia a íntegra (PDF – 427 kB).