A ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann (PT), afirmou nesta 6ª feira (21.mar.2025) que o projeto que concede anistia aos condenados pelos atos do 8 de Janeiro serve para “livrar” o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
“Nós somos contra esse projeto, não por interesse do governo, mas por interesse do país. Não pode acontecer a anistia. Nós tivemos uma tentativa de golpe no Brasil e foi muito grave isso. Esse projeto da anistia não é para quem foi preso pelo 8 de Janeiro, mas é desde o final da eleição. É um projeto para livrar o Bolsonaro. Vamos lembrar que ele foi um dos artífices do golpe, que teve várias etapas e tentativas”, disse Gleisi em entrevista à CNN.
O PL n° 5064 de 2023 se tornou a pauta mais visada por Bolsonaro e aliados. Há esperança de que, caso apoiadores sejam anistiados pelos atos extremistas de 8 de Janeiro, a inelegibilidade do ex-presidente –válida até 2030– seja revertida, o que possibilitaria sua candidatura em 2026.
“Teve documentos escritos dentro do Palácio do Planalto, reunião com militares, operação Punhal Verde e Amarelo, a tentativa de matar o presidente Lula, o vice-presidente Alckmin, o ministro Alexandre de Moraes. Isso não foi brincadeira. Teve a explosão de bombas no aeroporto, a explosão de veículos, invasão da sede da Polícia Federal antes da diplomação do presidente Lula, que culminou com os atos do 8 de Janeiro, que foi a tentativa final que eles quiseram fazer”, disse a ministra.
O líder do PL na Câmara dos Deputados, Sóstenes Cavalcante (RJ), e o vice-presidente da Casa, Altineu Côrtes (PL-RJ), disseram que vão esperar o presidente Hugo Motta (Republicanos-PB) voltar de viagem para pressionar pela votação do projeto que dá anistia aos condenados pelo 8 de Janeiro.
De acordo com o líder, se depois da volta de Motta a decisão não for tomada “o PL entrará em obstrução na Casa”. Está previsto que Sóstenese o presidente da Câmara se reúnam nesta 6ª feira (21.mar).
“Ali não tem inocente. Cerca de 570 pessoas foram liberadas, porque fizeram um acordo com a PGR. Pagaram multa, saíram da rede por 2 anos, assistiram a um curso sobre democracia. 400 pessoas poderiam ter sido liberadas também, mas se negaram a fazer acordo. Se negaram a fazer o acordo, é porque realmente tinham o objetivo de fazer o que fizeram. Não são inocentes”, concluiu a ministra.