Nesta quinta-feira (8), a PF (Polícia Federal) realizou uma operação em dez Estados do Brasil para investigar uma suposta participação de pessoas em uma tentativa de golpe de Estado e abolição do Estado democrático de Direito, visando obter vantagens políticas relacionadas à permanência do ex-presidente Jair Bolsonaro no poder.
De acordo com informações obtidas pelo R7, os agentes estiveram na residência do ex-presidente em Angra dos Reis, Rio de Janeiro, onde apreenderam o celular de Tércio Arnaud, um dos ex-assessores de Bolsonaro.
Medidas restritivas foram aplicadas ao ex-presidente, incluindo a determinação de apreensão de seu passaporte, que deve ser entregue dentro de 24 horas.
Além de Jair Bolsonaro, outros nomes também estão entre os alvos
Entre os alvos da operação estão o ex-presidente Jair Bolsonaro, o presidente do PL, Valdemar Costa Neto, e os ex-ministros Braga Netto (Casa Civil), Anderson Torres (Justiça), Augusto Heleno (GSI) e Paulo Sérgio Nogueira (Defesa).
A operação cumpriu um total de 33 mandados de busca e apreensão, quatro mandados de prisão preventiva e 48 medidas cautelares diversas da prisão. Os policiais federais realizaram as ações em diversos Estados do Brasil.
Segundo a PF, as investigações indicam que o grupo investigado se dividiu em núcleos de atuação para disseminar a ideia de fraude nas eleições de 2022, antes mesmo da realização do pleito, com o intuito de justificar uma intervenção militar.
A corporação destaca que os fatos investigados configuram, em tese, crimes como organização criminosa, abolição violenta do Estado Democrático de Direito e golpe de Estado.
O Exército Brasileiro está acompanhando o cumprimento de alguns mandados, em apoio à Polícia Federal.
Investigação acontece em duas frentes
A PF investiga a forma de atuação dos militares em duas frentes: a produção, divulgação e amplificação de notícias falsas sobre a lisura das eleições presidenciais de 2022, visando criar um ambiente propício para um golpe de Estado.
Além disso, o apoio às ações, segundo a PF, consideradas “golpistas”, incluindo reuniões e planejamentos de ações para manter manifestações em frente aos quartéis militares.
A lista dos alvos da operação inclui diversos militares de alta patente, ex-ministros, assessores e outras figuras políticas relacionadas ao ex-presidente Jair Bolsonaro.
Confira todos os nomes:
- 1. Major da reserva Angelo Martins Denicoli;
- 2. Cel. Guilherme Marques Almeida;
- 3. Tenente-Coronel Hélio Ferreira Lima;
- 4. Tenente-Coronel Sérgio Ricardo Cavaliere de Medeiros;
- 5. General Walter Souza Braga Netto;
- 6. Paulo Renato de Oliveira Figueiredo Filho;
- 7. Ailton Gonçalves Moraes Barros;
- 8. Cel. Bernardo Romão Corrêa Neto;
- 9. Almirante Almir Garnier Santos;
- 10. General Mário Fernandes;
- 11. General Estevam Cals Theophilo Gaspar De Oliveira;
- 12. General de brigada reformado Laércio Vergílio;
- 13. General Paulo Sérgio Nogueira De Oliveira;
- 14. General Augusto Heleno Ribeiro Pereira;
- 15. Major Rafael Martins De Oliveira;
- 16. Coronel Da Reserva Marcelo Costa Câmara;
- 17. Filipe Martins;
- 18. Amauri Feres Saad;
- 19. Anderson Torres;
- 20. Cleverson Ney Magalhães;
- 21. Eder Lindsay Magalhães Balbino;
- 22. Jair Bolsonaro;
- 23. José Eduardo de Oliveira e Silva;
- 24. Mário Fernandes;
- 25. Ronald Ferreira de Araújo Júnior;
- 26. Tércio Arnaud;
- 27. Valdemar da Costa Neto.