O Ministro da Defesa, José Múcio, disse apoiar uma anistia para envolvidos em infrações leves nos atos extremistas de 8 de Janeiro, mas defendeu punição aos “mentores” responsáveis, incluindo integrantes da alta cúpula das Forças Armadas e o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
“Deve-se graduar as penas. Deve ser uma para quem organizou; quem foi uma marionete, é outra coisa. Quem quebrou uma cadeira não pode ser responsável por quem fez outras coisas. […] Sou a favor da anistia dos casos leves”, disse Múcio em entrevista ao UOL.
Ele afirmou que Bolsonaro e integrantes da alta cúpula das Forças Armadas não deveriam ser incluídos na anistia, defendendo a responsabilização daqueles que incitaram e financiaram os atos. Múcio também declarou que as Forças Armadas atuaram para evitar uma escalada de violência e que ações individuais não devem manchar a imagem da instituição.
O ministro delineou 2 cenários distintos: um envolvendo atos de vandalismo e outro, de indisciplina militar. “O Congresso quer anistiar aqueles que depredaram, quebraram móveis e atentaram contra o patrimônio público. Isso é uma história; a outra são esses oficiais que incitaram a indisciplina dentro dos quartéis. Eles jogaram as tropas contra os comandantes. Isso é uma coisa gravíssima“, afirmou.
PL DA ANISTIA
O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL) tirou o projeto que pode livrar os envolvidos no 8 de Janeiro da CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) e decidiu criar uma comissão especial para avaliar a pauta. Lira disse que a medida estava sendo usada “inapropriadamente” nas discussões a respeito da sucessão da Câmara.
A comissão será composta por 34 integrantes apontados pelos partidos. Terá um novo relator e depois passa direto ao plenário. Dias depois da manobra, Lira anunciou o apoio à candidatura do deputado Hugo Motta (Republicanos-PB)– que também foi endossado pelo PT e pelo PL.