A PF (Polícia Federal) realizou nesta 4ª feira (30.out.2024) a operação Infiliatio, que investiga a inserção de dados falsos no Sistema de Filiação Partidária, do TSE (Tribunal Superior Eleitoral). A fraude resultou na filiação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no PL (Partido Liberal), do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
Em comunicado, a PF afirmou que está sendo cumprido um mandado de busca e apreensão no Mato Grosso do Sul. A investigação teve início depois de o TSE apresentar uma notícia-crime sobre a filiação de Lula à sigla.
Segundo a corporação, não houve uma invasão ao sistema, mas sim a realização de dados falsos do petista que foram recebidos pela Justiça Eleitoral depois de moderação realizada por um funcionário do PL, que também está sendo investigado.
A apuração mostrou que o usuário interessado em se filiar acessou o formulário digital em aba específica no site oficial do partido político, preenchendo diversas informações, como dados pessoais, políticos, selfie, documentos, endereço e contatos de telefone e e-mail.
O TSE identificou que a filiação foi feita pelo login da advogada Ana Daniela Leite e Aguiar, que presta serviços ao partido de Bolsonaro. A assinatura foi cancelada.
A filiação do chefe do Executivo ao partido de oposição ao seu governo se deu em 2023. Depois do episódio, a Corte Eleitoral, à época sob o comando de Alexandre de Moraes, anunciou que reforçaria a segurança do sistema de cadastramento de filiação. O acesso ao sistema só pode ser feito por um representante partidário. Agora, passa a ser exigido o processo de autenticação em 2 fatores junto ao aplicativo e-Título. O cadastro da biometria deve estar regularizado.