O presidente do Sport Club do Recife, Yuri Romão, 55 anos, sinalizou que criará uma comissão para analisar o melhor modelo para SAF (Sociedade Anônima do Futebol). A declaração foi dada em entrevista ao Poder360.
“A partir de agora, de fato, pretendo colocar alguma comissão entre conselho e Executivo para que se estude um melhor modelo para uma possível SAF e se há necessidade também. O clube, nesses últimos 3 anos, se transformou […]. Diferentemente do que encontramos, é um clube superavitário”, disse na 2ª feira (14.out.2024).
Assista à íntegra da entrevista (31min52s):
A mudança no estatuto do clube, em 4 de outubro, abriu o possibilidade de o Sport se tornar uma SAF. Na prática, permitirá que o time pernambucano vire um clube-empresa.
O novo estatuto passa a valer em 1º de janeiro de 2025. Romão disse que a disparidade financeira leva as equipes do futebol nordestino a buscarem alternativas para tentar diminuir a desvantagem em relação a clubes do Sul e do Sudeste.
“Tenho um entendimento pessoal, particular de que clubes, principalmente os do Nordeste, todos têm um tamanho semelhante: uns maiores, outros menores, mas muito parecidos. Eles precisam de ter do lado um investidor para fazer face aos clubes do eixo Sul e Sudeste, que são clubes maiores, com uma torcida muito maior e que têm uma visibilidade. Consequentemente, têm muita receita”, declarou.
O presidente do Sport disse que houve procura de investidores entre 2022 e 2023. Reforçou haver a necessidade de mais investimentos para que o clube tenha competitividade, caso conquiste o acesso à Série A.
“Cabe a nós, enquanto dirigentes do Sport, ver qual é o melhor modelo que cabe […]. O Sport é um clube de torcida, um clube de massa, que tem muito patrimônio. Então, tudo isso tem que ser levado em consideração”, acrescentou.
O rubro-negro pernambucano está em 3º lugar no Campeonato Brasileiro Série B. Os 4 primeiros da competição obtêm o acesso à Série A.
SOBRE A SAF
A Sociedade Anônima do Futebol surgiu do PL 5.516/2019, apresentado pelo presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), e aprovado na forma de um substitutivo do senador Carlos Portinho (PL-RJ).
A Lei 14.193 foi instituída em 2021, durante a Presidência de Jair Bolsonaro (PL). Com a medida, a iniciativa privada passou a poder ter participação nos clubes sem descaracterizá-los.
Empresas, fundos de investimentos e pessoas físicas podem integrar a administração dos times de futebol. Também abre espaço para serem emitidos títulos e que haja a oferta de ações na Bolsa de Valores. A regulação fica a cargo da CVM (Comissão de Valores Mobiliários).
Alguns clubes brasileiros se transformaram em SAF: casos de Bahia, Botafogo, Cruzeiro e Vasco da Gama.
Não há, contudo, obrigatoriedade dos clubes virarem empresas –a adesão à SAF é facultativa e os times podem se manter fora do regime, como associações esportivas sem fins lucrativos.
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