Um post do governo publicado nesta 2ª feira (29.jan.2024) sobre agentes de saúde na prevenção da dengue foi entendido como deboche à operação da PF (Polícia Federal) que mirou o vereador do Rio de Janeiro e filho do presidente Jair Bolsonaro (PL), Carlos Bolsonaro (Republicanos). No entanto, o ministro da Secom (Secretaria de Comunicação Social), Paulo Pimenta, nega que o post infringiu “o princípio da impessoalidade” da administração.
Segundo Pimenta, a publicação atingiu seu objetivo de viralizar e ajudar na conscientização da população sobre procedimentos de prevenção à doença. “O governo deve utilizar a sua comunicação institucional considerando todas as mudanças tecnológicas, todas as mudanças das formas com que as pessoas se comunicam e essa verdadeira revolução promovida pelas plataformas [de rede sociais]”, afirmou em entrevista à GloboNews na noite desta 2ª (29.jan).
Apesar de ter sido considerado um deboche, Pimenta disse que, na publicação, não havia nenhuma referência ao ex-presidente Jair Bolsonaro ou à Abin.
Ele também comparou a decisão de aproveitar a repercussão do tema com o trabalho de um publicitário que busca dar audiência ao seu trabalho por meio de temas que têm atenção do público.
“Quando um publicitário pensa o tema que vai tratar no dia, ele vai no Google para ver qual é o assunto do dia, e busca utilizar essa repercussão do assunto que está na mídia, que está, pelos algoritmos das redes sociais, lá em cima, para vincular uma determinada mensagem ao tema que está ‘bombando’”, afirmou.
ENTENDA
Depois de divulgado que a PF cumpriu mandados de busca e apreensão nas casas e no gabinete de Carlos, o perfil oficial do Governo do Brasil no X (ex-Twitter) publicou uma imagem de um homem batendo em uma porta com as palavras “toc, toc, toc”.
O post chama atenção para a importância de agentes da saúde na prevenção da dengue. “Quando os agentes comunitários de saúde baterem à sua porta, não tenha medo, apenas receba-os”, diz o tweet.
A publicação também faz referência a um meme da ex-deputada federal Joice Hasselmann no plenário da Câmara, em 2022. Ex-apoiadora de Bolsonaro, ela costuma usar a expressão quando a PF faz operações contra aliados do ex-presidente, como contra a deputada Carla Zambelli e contra o próprio Bolsonaro.