O senador Izalci Lucas (PSDB-DF) vai se filiar ao PL (Partido Liberal) em 26 de março, às 19h (horário de Brasília), no Minas Tênis Clube, em Brasília. O evento terá a presença do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Com a chegada do congressista, o PL ficará com 13 senadores, 2 a menos que o PSD, que conta com 15 congressistas e é a maior bancada da Casa.
Ao Poder360, Izalci disse uma das suas estratégias ao mudar de partido é tentar viabilizar uma candidatura ao governo do Distrito Federal em 2026 pelo PL. No momento, a sigla de Bolsonaro está na base de apoio do governo Ibaneis Rocha (MDB), que já tem uma cotada para a sucessão: a vice-governadora Celina Leão (PP).
Com a saída de Izalci, o PSDB vai ficar com só 1 nome no Senado: Plínio Valério (AM), que também é cobiçado por outros partidos e pode deixar a sigla. Por ter mandato majoritário, senadores podem trocar de partido no momento que quiserem. Os deputados, por terem mandato proporcional, só podem fazer a migração durante as janelas partidárias ou com justa causa.
Nos últimos anos, o PSDB vem perdendo musculatura na política brasileira. A sigla, que até 2014 era protagonista na oposição ao PT, sequer teve um candidato nas eleições de 2022. Elegeu só 3 governadores: Eduardo Leite (Rio Grande do Sul), Raquel Lyra (Pernambuco) e Eduardo Riedel (Mato Grosso do Sul).
Em 2021, o partido perdeu um dos seus nomes mais fortes: Geraldo Alckmin. O atual vice-presidente da República, agora filiado ao PSB, ficou no PSDB por 33 anos e governou o Estado de São Paulo por 4 vezes pela sigla.
No Congresso, a legenda também está um momento delicado. Em 1998, quando o país era comandado por Fernando Henrique Cardoso, o PSDB teve a 2ª maior bancada eleita, com 99 deputados federais. Hoje, possui apenas 13 deputados em exercício.
No Senado, a situação é ainda pior para os tucanos. No início de 2023, a bancada já estava pequena e era formada só por 4 senadores. Com a saída de Mara Gabrilli (agora no PSD) e de Alessandro Vieira (que foi para o MDB), além da de Izalci, a sigla terá só 1 representante na Casa Alta.
No ano passado, por perder 2 senadores, o PSDB já havia perdido o direito de ficar com um gabinete de Liderança, que era ocupado pelo partido desde 1989 e fica em um lugar privilegiado no Salão Azul do Senado, bem próximo do plenário da Casa Alta. Agora só Plínio Valério segue no partido. Caso saia, a sigla ficará sem representantes no Senado.
Como mostrou o Poder360, de outubro de 2004 até outubro de 2023, o PSDB perdeu 521 prefeituras. O Cidadania (ex-PPS e ex-PCB), com quem formou uma federação na Câmara, também está entre os que mais encolheram (234 prefeitos a menos).
Em 2022, o partido perdeu o governo de São Paulo, que era seu maior reduto. O então governador Rodrigo Garcia sequer foi ao 2º turno no pleito. Na semana passada, Garcia anunciou sua saída da sigla. O PSDB vive uma crise na capital paulista sobre o apoio a reeleição de Ricardo Nunes (MDB).