Em reunião ministerial, Lula chama Bolsonaro de ‘covardão’

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva chamou Jair Bolsonaro de ‘covardão’, por tentar se manter no poder após perder as eleições de 2022. A declaração de Lula foi feita durante a primeira reunião ministerial do ano, realizada nesta segunda-feira (18). Na ocasião, Lula comentou sobre o suposto plano golpista, alvo de investigação, que teria envolvimento do ex-presidente.

Lula se reuniu com ministros nesta segunda-feira

A declaração de Lula foi realizada durante reunião com ministros, nesta segunda-feira (18) – Foto: RICARDO STUCKERT/R7/Reprodução ND

“Nós hoje temos mais clareza do significado do 8 de janeiro [de 2023], porque a gente sabe o que aconteceu no mês de dezembro [de 2022]. A gente hoje tem clareza por depoimentos de gente que fazia parte do governo dele ou que estava no comando, inclusive das próprias Forças Armadas, de gente que foi convidada pelo presidente para fazer um golpe”, disse Lula.

“Se há três meses a gente falava em golpe e parecia apenas insinuação, hoje temos certeza que esse país correu sério risco de ter golpe em função das eleições de 2022. E não teve golpe não só porque algumas pessoas que estavam no comando das Forças Armadas não quiseram fazer, não aceitaram a ideia do presidente. Mas também porque o presidente é um covardão”, completou.

De acordo com Lula, Bolsonaro “não teve coragem de executar aquilo que planejou” e ficou recluso no Palácio da Alvorada, “chorando quase que um mês”. Depois, citou que o ex-presidente embarcou para os Estados Unidos na expectativa de que, fora do país, “o golpe poderia acontecer, porque eles financiaram as pessoas nas portas dos quartéis para estimular a sequência do golpe”.

Quebra de sigilo

O STF (Supremo Tribunal Federal), por intermédio do ministro Alexandre de Moraes, na última semana, retirou o sigilo dos depoimentos relacionados ao caso que investiga uma tentativa de golpe.

As informações prestadas por militares trouxeram mais informações sobre a suposta tentativa de golpe que o ex-presidente e aliados teriam tentado realizar depois das eleições de 2022.

Inclusive, um dos depoimentos citados por Lula é o do ex-comandante da Aeronáutica Carlos de Almeida Baptista Junior. À Polícia Federal, o militar afirmou que o ex-comandante do Exército Freire Gomes ameaçou prender Bolsonaro caso ele levasse à diante o plano golpista. O ex-chefe teria dito que não aceitaria qualquer ato de ruptura institucional.

A investigação já encontrou “minutas” em endereços do ex-ministro da Justiça Anderson Torres e no escritório do ex-chefe do Executivo, além de ter recuperado um vídeo de uma reunião ministerial na qual Bolsonaro e integrantes de seu governo tratariam sobre ações para impedir o pleito eleitoral daquele ano.

Os depoimentos afirmam que o ex-presidente teria apresentado aos comandantes do Exército, Marco Antônio Freire Gomes, da Aeronáutica, Carlos de Almeida Baptista Junior, e da Marinha, Almir Garnier Santos, um documento com diversos pontos que, no fim, decretava a realização de novas eleições e a prisão de diversas autoridades do judiciário.

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